Em dia de feriado em Nova York e com dólar acomodado na elevada casa de R$ 5,61, o Ibovespa (IBOV) operou no negativo, lutando ao longo da tarde para reter o nível dos 135 mil pontos em fechamento.
Ao fim, a referência da B3 mostrava perda de 0,81%, aos 134.906,07 pontos, entre mínima de 134.496,71 e máxima de 136.003,81, equivalente à abertura.
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Sem negócios em NY nesta segunda-feira, o giro se enfraqueceu a R$ 14,0 bilhões.
No ano, o Ibovespa ainda avança 0,54%, com ganho limitado pelo desempenho negativo nas últimas três sessões.
Sem a referência de Wall Street, as ações de maior liquidez e peso no Ibovespa mantiveram sinal de baixa na sessão, com Vale (ON -1,41%) (VALE3) à frente.
Apesar da relativa recuperação do petróleo nesta segunda-feira, em que os investidores monitoraram a tensão no Oriente Médio e indícios de aperto na oferta, as ações da Petrobras cederam terreno, com a (PETR3) recuando 0,42% e a (PETR4), 0,94%, no fechamento negativo também para os grandes bancos, à exceção de BB (BBAS3) (ON +1,07%).
Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para Assaí (ASAI3) (+2,40%), 3R Petroleum (RRRP3) (+1,97%) e IRB (IRBR3) (+1,94%).
No lado oposto, Azul (AZUL4) (-18,18%), BRF (BRFS3) (-6,02%) e Marfrig (MRFG3) (-4,26%).
Além do feriado pelo Dia do Trabalho nos Estados Unidos, a sessão na B3 foi marcada por forte correção nos preços do minério de ferro na China.
Em Dalian, a queda foi de 4,36%, e em Cingapura, de 4%, o que colocou o principal contrato negociado na cidade-Estado abaixo de US$ 100 por tonelada.
“Dados sobre a atividade fabril na China têm decepcionado, e as vendas de casas indicaram piora”, o que se reflete nas cotações da commodity e nas ações do setor metálico no Brasil, aponta Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital.
Em acréscimo, “o feriado nos Estados Unidos deixou o mercado daqui não apenas com menos liquidez, mas também menos volátil”, diz Matheus Massote, especialista da One Investimentos, referindo-se ao sinal de baixa que prevaleceu ao longo da sessão na B3.
Ele considera como natural alguma acomodação para o Ibovespa após o “excepcional” desempenho colhido em agosto, quando o índice avançou 6,54%, no que foi sua melhor performance desde novembro passado – um avanço proporcionado em agosto pela retomada do ingresso de capital estrangeiro na Bolsa.
No mês, o Ibovespa também tirou a máxima histórica que vinha do fim de dezembro, da casa de 134 mil para a inédita marca de 137 mil ou seja, cerca de 3 mil pontos adiante.
“No câmbio, o mercado ainda repercutiu o movimento da última sexta-feira, de venda de dólar pelo BC, tanto à vista como em swap, com o rebalanceamento do EWZ ETF de Brasil em Nova York que passa a contemplar também ações de empresas brasileiras listadas no exterior, o que favorece a saída de dólares do País”, diz Massote.
Nesta segunda, o dólar à vista fechou em baixa de 0,36%, a R$ 5,6148.
Apesar do leve ajuste, o dólar se manteve hoje em patamar considerado alto, refletindo piora, na margem, na percepção sobre as contas e a dívida públicas, especialmente desde a última sexta-feira dia de dois leilões cambiais feitos pelo Banco Central, e no qual a autarquia também divulgou dados que apontaram elevação da dívida bruta do governo geral, de 77,8% do PIB em junho para 78,5% no mês seguinte.
Em dezembro de 2023, a dívida correspondia a 74,42% do PIB.
“A alta do dólar pressiona a inflação, o que pode levar o Banco Central a adotar uma postura ainda mais rígida na política monetária, dificultando o acesso ao crédito e potencialmente freando o crescimento econômico”, aponta André Colares, CEO da Smart House Investments, mencionando um cenário que tende a resultar em “ambiente de cautela” para os investidores, atentos ainda a movimentações tanto no Brasil como no exterior, especialmente nos Estados Unidos, com a aproximação do início de cortes de juros pelo Federal Reserve neste mês de setembro.
(Com Estadão Conteúdo)