O Ibovespa perdia o fôlego nesta terça-feira, ameaçando ampliar a sequência de quedas, mesmo com a alta da Petrobras após anúncio de aumento dos preços dos combustíveis, em dia de noticiário corporativo intenso, com Eletrobras pressionando negativamente após renúncia repentina do presidente-executivo.
Às 11:37, o Ibovespa caía 0,44%, a 116.291,14 pontos, mesmo após fechar em baixa nas últimas dez sessões. Na máxima do dia, mais cedo, chegou a subir 0,76%, a 117.697,25 pontos.
O volume financeiro no pregão somava 8,4 bilhões de reais.
No exterior, a China cortou as taxas de juros após dados de produção industrial e vendas no varejo de julho mais fracas do que o esperado naquela economia, Nos Estados Unidos, por sua vez, as vendas ao varejo no mês passado tiveram desempenho mais forte dos que as projeções.
Em Wall Street, o S&P 500 recuava 1%, com os dado do varejo norte-americano alimentando temores de que as taxas de juros podem permanecer altas por mais tempo nos EUA, enquanto a Fitch alertou que pode rebaixar os ratings de vários bancos norte-americanos. O petróleo também mostrava queda.
“Ainda que o Ibovespa esteja entrando em uma região sobrevendida, após dez sessões consecutivas em queda, esse cenário externo pouco alentador de nada ajuda como uma recomposição dos preços por aqui”, afirmou o estrategista da Ágora Investimentos José Cataldo.
Assim, ele avalia que somente ajustes técnicos seriam responsáveis por uma inversão de tendência aparentemente.
Em nota a clientes mais cedo, Cataldo ainda destacou que ruídos no front político podem adiar a votação das mudanças do Senado no novo arcabouço fiscal, “que devem ficar para o fim do mês, limitando os ânimos locais”.
Destaques
Petrobras (PETR3) avançava 2,84%, a 31,51 reais, tendo renovado máxima histórica intradia a 32,15 reais, depois que anunciou um aumento de 16,3% nos preços médios da gasolina e de 25,8% nos do diesel vendidos a distribuidoras, a partir de quarta-feira, depois de integrantes do setor protestarem que os valores estavam defasados em relação ao mercado internacional, após uma alta das cotações do petróleo. Petrobras (PETR4) subia 2,84%.
Eletrobras (ELET3) recuava 3,49%, a 35,13 reais, após Wilson Ferreira Junior apresentar ao conselho de administração da Eletrobras sua renúncia ao cargo de presidente da companhia, conforme fato relevante divulgado na noite de segunda-feira, em nota que não trouxe explicações sobre a saída repentina do executivo. Para seu lugar na Eletrobras, o conselho elegeu Ivan de Souza Monteiro como novo presidente da companhia, o qual renunciou à função de presidente do referido colegiado.
Gol (GOLL4) afundava 15,49%, a 7,91 reais, tendo como pano de fundo relatório de analistas do Citi cortando a recomendação das ações para “neutra/alto risco”, bem como reduzindo o preço-alvo dos ADRs da companhia de 7,75 para 4,20 dólares. A aérea também informou na noite da véspera que foi aprovada a emissão de até 1.891.302.910 bônus de subscrição de ações preferenciais da companhia para viabilizar a operação de dívida permutável realizada pela GOL Equity Finance ao preço 5,84 reais cada. (https://ri.voegol.com.br/download_arquivos.asp?id_arquivo=D7BAFF59-54D6-487B-A6F8-A1E18EBC1272_
Vibra Energia (VBBR3) subia 6,48%, a 17,41 reais, mesmo com a queda de mais de 80% no lucro líquido do segundo trimestre ano a ano, uma vez que mostrou melhora na base sequencial, com Ebitda avançando mais de 30% nessa comparação. O CEO da maior distribuidora de combustíveis do país também afirmou em teleconferência sobre o resultado nesta terça-feira que comprou volumes expressivos da Petrobras no segundo trimestre e que tem trabalhado para assegurar avanço nas margens.
Magazine Luiza (MGLU3) caía 10,56%, a 2,54 reais, após divulgar prejuízo líquido ajustado de 198,8 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 77,3% na comparação com mesmo período do ano passado. Ao comentar o resultado, executivos da varejista afirmaram que as vendas em lojas físicas melhoraram em julho ante junho e que a empresa deve elevar estoques no terceiro trimestre em preparação para a Black Friday e fim de ano. O Magalu também espera conseguir repassar de 90% a 100% do Difal aos preços até o final do ano, após 60% a 70% no segundo trimestre.
Natura (NTCO3) valorizava-se 4,49%, a 17,92 reais, após prejuízo líquido de 732 milhões de reais no segundo trimestre, estável na comparação com o mesmo período de 2022, mas alta de 25,8% do Ebitda ajustado, com expansão de margem de 7,4% para 9,7%.
BRF (BRFS3) avançava 3,35%, a 10,18 reais, mesmo após balanço mostrando prejuízo de 1,337 bilhão de reais no segundo trimestre, acima da perda registrada um ano antes, enquanto o Ebitda chegou a 1 bilhão de reais, acima das projeção de analistas.
No setor, JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), que também reportaram seus resultados na noite da véspera, registravam alta de 1,24% e queda de 1,3%, respectivamente. A JBS também estimou um ganho de 450 milhões de dólares no ano com preços mais baixos de grão, enquanto a Marfrig aprovou aumento do capital privado de no máximo 300 milhões de ações ordinárias, ao preço 7,21 reais cada.
Vale (VALE3) caía 0,87%, a 61,36 reais, apesar da alta dos futuros do minério ferro na Ásia, com novos dados decepcionantes sobre a economia chinesa. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange, na China, encerrou as negociações do dia com alta de 1,6%.
Itaú (ITUB4) perdia 1,1%, a 26,94 reais, e Bradesco (BBDC4) cedia 0,72%, a 15,18 reais.