O Ibovespa (IBOV) pode buscar os 125 mil pontos com uma esperada recuperação das ações da Vale (VALE3) até o final do ano, analisa a Órama Investimentos em um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (21).
O índice tem alta de aproximadamente 12,5% em 2023, enquanto os papéis da mineradora amargam uma desvalorização de quase 25%. Vale lembrar que o peso da Vale no índice é de 13,247%.
“Atualizamos o preço-alvo do indicador para 125 mil pontos (de 122 mil pontos) em dezembro, por entender que as ações da Vale, por estarem extremamente descontadas, podem agregar de 2 a 3 mil pontos até o fim do ano, face à sua grande participação no índice, além da muito provável inflexão da política monetária pelo Copom, que ajuda o mercado de ações”, escreveu Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama, que assina a análise.
Além disso, para 2024, Espírito Santo fez um exercício utilizando-se do modelo de precificação de ativos (GCAPM), que engloba o tradicional CAPM (Modelo de Precificação de Ativos, em português), adicionando o G, de “geral”, que inclui outras variáveis heterogêneas para a análise.
“Adicionalmente, com intuito de auxiliar os clientes a tomarem decisões nesse segmento de bolsa, a curto/médio prazo (próximos 12 meses), fizemos algumas simulações adiante, adotando uma proxy do modelo GCAPM para o Ibovespa, como se fosse um ativo internacional inserido ao S&P 500”, explica.
O valor encontrado foi o de 136 mil pontos para julho de 2024. O economista destacou as premissas com as quais ele chegou à avaliação:
1 – Crescimento do PIB para 2023 em 2,1% e 1,6% para 2024;
2 – Política fiscal responsável, com nova regra fiscal aprovada e reforma tributária prosperando, incluindo aquela que deverá ocorrer no 2º semestre, sobre a renda e patrimônio;
3 – IPCA de 4,8% em 2023 e 4% em 2024;
4 – Descompressão da política monetária a partir de agosto, com redução da taxa Selic, para 12,25% a.a. ao final de 2023 e 9% ao final de 2024;
5 – Crescimento do PIB global em torno de 2,5% nos próximos 12 meses;
6 – Bolsas em NY estáveis;
7 – Elevação dos Fed Funds em 25 pontos em julho e manutenção da taxa até final do 1º trimestre de 2024;
8 – CDS Brazil em 180 bps;
9 – Rendimento do Treasury de 1 ano em torno de 5%;
10 – Prêmio do S&P 500 em 5%;
11 – Expectativa de desvalorização cambial em 3%;
12 – Beta ajustado de 1,05.
“Como fatores de risco entendemos que os mercados de ações em NY podem estar com valuations exagerados, em virtude do recente rali da Inteligência Artificial, o que, em caso de correção, pesaria contrariamente para as classes de ativos como ações, sobretudo se sobrevier um crash ou uma nova rodada de crise bancária”, conclui.