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Ibovespa será o maior ganhador global do corte de juro nos EUA

Segundo o Bank of America, "o Brasil pode ser um dos maiores beneficiários de um ambiente de taxas de juros mais baixas globalmente"

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Mercados Ibovespa Fed

O mercado de ações do Brasil e o Ibovespa (IBOV) podem se beneficiar fortemente de um cenário de corte de juros nos Estados Unidos, aponta uma análise do Bank of America, liderada pelo estrategista David Beker, divulgada nesta quarta-feira (28).

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Segundo o banco, “o Brasil pode ser um dos maiores beneficiários de um ambiente de taxas de juros mais baixas globalmente”, considerando especialmente o desempenho do mercado de ações e a queda das taxas de juros de longo prazo em agosto, que contribuíram para uma alta de 10% no índice.

Pouso suave da economia

O Bank of America ressalta que, historicamente, cortes de juros pelo Federal Reserve em um ambiente de “pouso suave” têm sido positivos para o Brasil.

Em exemplos como outubro de 1984, julho de 1995 e julho de 2019, as ações brasileiras responderam bem a essas mudanças, muitas vezes impulsionadas por fatores domésticos. “Em outubro de 1984, por exemplo, a expectativa de um acordo com o FMI beneficiou inicialmente as ações, apesar das turbulências políticas que se seguiram”, observa Beker.

Desempenho do Ibovespa com corte do Fed em pouso suave (média móvel de 3 meses)

Gráfico 105
(Fonte: Bank of America Global Research)

No entanto, a análise também aponta que a resposta dos mercados brasileiros não depende apenas de fatores externos. Em 1995, por exemplo, o sucesso do Plano Real foi fundamental para a recuperação econômica do país, enquanto em 2019, apesar da depreciação do real, as ações se valorizaram graças às políticas pró-mercado.

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Pouso forçado

Por outro lado, cortes de juros do Fed em ambientes de “pouso forçado” geralmente resultaram em impactos negativos para os ativos brasileiros.

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Em eventos como os de 2007, 2001 e 1989, o Brasil enfrentou desafios econômicos significativos, como hiperinflação, recessão e crises de energia. “Em janeiro de 2001, apesar de um cenário econômico mais estável após o Plano Real, o Brasil teve que lidar com as consequências da desvalorização cambial de 1999 e a crise de energia”, destaca o relatório.

O banco também ressalta que em 2007, apesar do ambiente global desfavorável, o Brasil foi impulsionado por um boom de commodities, o que levou a um aumento das taxas de juros nominais de 10 anos no país, mesmo após os cortes do Fed.

Desempenho do Ibovespa com corte do Fed em pouso forçado (média móvel de 3 meses)

Gráfico 125
(Fonte: Bank of America Global Research)

“As taxas nominais de 10 anos no Brasil aumentaram 76 pontos-base três meses após os cortes do Fed e 152 pontos-base após seis meses”, aponta o Bank of America.

David Beker conclui que, embora o Brasil possa se beneficiar de um cenário de cortes de juros nos EUA, é crucial considerar os fatores internos que podem influenciar o desempenho do país. “Os eventos locais desempenham um papel significativo na resposta dos mercados brasileiros aos cortes de juros do Fed, seja em ambientes de pouso suave ou forçado”, afirma.

O Bank of America também observa que, no cenário atual, o Brasil pode ver uma combinação de benefícios e desafios, dependendo de como os fatores globais e domésticos se desenrolam. “A trajetória futura do Brasil dependerá não apenas dos cortes de juros nos EUA, mas também de como o país lida com suas próprias questões econômicas e políticas”, conclui Beker.

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