O Ibovespa (IBOV) buscava manter o viés positivo nesta quinta-feira, trabalhando acima dos 128 mil pontos, em meio a um exterior favorável, enquanto a temporada de balanços destacava os números da Ambev, cuja ação avançava mais de 2% após a fabricante de bebidas mostrar um resultado operacional acima do esperado.
Por volta de 10:35, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,76%, a 128.66,08 pontos. O volume financeiro somava 2,1 bilhões de reais.
No cenário externo, as bolsas em Nova York abriram em alta, ajudando a performance das ações brasileiras, com dados semanais de auxílio-desemprego sugerindo certo arrefecimento no mercado de trabalho dos Estados Unidos, o que favorece a tese de corte dos juros pelo Fed em setembro.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA também recuavam, com o Treasury de 10 anos mostrando 4,0123%, de 4.105% na véspera.
Investidores estão na expectativa de números de julho sobre a criação de vagas na maior economia do mundo previstos para a sexta-feira, em relatório que também inclui da taxa de desemprego e o rendimento dos trabalhadores norte-americanos.
No Brasil, o Banco Central manteve na quarta-feira a taxa Selic em 10,50%, afirmando que “o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda maior cautela”.
Para a equipe da Ágora Investimentos, apesar de deixar a porta aberta para aumentos de juros em caso de piora mais persistente do cenário inflacionário, o BC sinalizou que taxas estáveis são suficientes por enquanto.
Isso “deve se refletir na retirada de parte dos prêmios embutidos na curva a termo e dar um fôlego adicional por aqui”, afirmaram em nota a clientes mais cedo, acrescentando que as commodities em alta e o maior ânimo entre os investidores devem resultar em novo dia positivo para os ativos brasileiros.
A B3 também divulgou nesta quinta-feira a primeira prévia para o Ibovespa que irá vigorar no último quadrimestre do ano, incluindo as ações de Auren, Santos Brasil e Caixa Seguridade, enquanto os papéis da Dexco ficaram de fora.
Destaques
Ambev (ABEV3) avançava 2,16%, após reportar Ebitda ajustado de 5,81 bilhões de reais de abril ao final de junho, 10,2% maior que o resultado do segundo trimestre de 2023, com alta de 6,1% na receita, enquanto o volume vendido subiu 0,4%.
Petrobras (PETR3; PETR4) valorizava-se 0,43%, beneficiada pelo sinal positivo dos contratos de petróleo no exterior, onde o barril de Brent subia 0,75%. A companhia também anunciou aumento no preço de querosene de aviação.
Vale (VALE3) tinha variação negativa de 0,02%, em meio ao viés misto dos futuros do minério de ferro na Ásia, onde o contrato mais negociado em Dalian, na China, fechou em alta de 2,35%, mas o vencimento de referência em Cingapura caía 0,68%.
Gerdau (GGBR4) subia 1,59%, tendo como pano de fundo resultado do segundo trimestre com queda no lucro líquido para 945 milhões de reais, mas ainda assim acima das previsões no mercado, enquanto anunciou programa de recompra de ações.
Isa Cteep (TRPL4) recuava 0,12%, no primeiro pregão após a divulgação do balanço do segundo trimestre, que mostrou lucro líquido de 425,6 milhões de reais e Ebitda de 891 milhões de reais, ambos abaixo de previsões no mercado.
TIM Brasil (TIMS3) cedia 1,49%, corrigindo parte da forte alta da véspera, quando a ação reagiu ao balanço do segundo trimestre, que mostrou lucro líquido normalizado de 781 milhões de reais, um avanço de 22,5% ano a ano.
Wege (WEGE3) caía 0,28%, em meio a suaves ajustes, após disparar mais de 10% na véspera, renovando máximas históricas, na esteira do resultado do segundo trimestre, que superou as expectativas de analistas.
Itaú Unibanco (ITUB4) tinha variação positiva de 0,07% e Banco do Brasil (BBAS3) subia 0,15%, enquanto Bradesco (BBDC4) avançava 1,29%%, antes da divulgação dos respectivos balanços na próxima semana.