O Ibovespa (IBOV) avançava nesta quinta-feira, ultrapassando na máxima os 128 mil pontos pela primeira vez desde meados de maio, após dados mostrarem queda nos preços ao consumidor dos Estados Unidos no mês passado, o que reforçava apostas de que o Federal Reserve cortará os juros ainda no terceiro trimestre do ano.
Por volta das 10h35, o Ibovespa avançava 0,57%, a 127.943,72 pontos, buscando o nono fechamento positivo seguido, que se confirmado representará a maior sequência de altas desde fevereiro de 2018. Na máxima até o momento chegou a 128.140,03 pontos. O volume financeiro somava 1,7 bilhão de reais.
Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu 0,1% em junho, com o resultado em 12 meses mostrando acréscimo de 3%, informou o Departamento do Trabalho. Economistas consultados pela Reuters previam altas de 0,1% e 3,1%, respectivamente.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo do CPI aumentou 0,1% em junho, após subir 0,2% em maio. Nos 12 meses até junho, avançou 3,3%, de 3,4% em maio.
Após os dados, operadores elevaram suas apostas para 85% de chance de um corte em setembro, acima dos 70% antes da divulgação, e também aumentaram as apostas em um segundo corte de juros em dezembro.
O noticiário brasileiro também repercutia nas mesas de negociação, com o IBGE divulgando crescimento de 1,2% nas vendas no varejo em maio, contra previsão no mercado de queda de 0,9%, enquanto deputados aprovaram a regulamentação da reforma tributária com a carne na cesta básica.
Destaques
Carrefour Brasil (CRFB3) valorizava-se 3,08%, tendo como pano de fundo dados mostrando que o setor de varejo no Brasil ganhou força em maio com alta inesperada das vendas, renovando o ponto mais alto da série puxado pelo desempenho de supermercados e itens de uso pessoal. Assaí (ASAI3) tinha alta de 0,35% e GPA (PCAR3) mostrava elevação de 1,86%.
MRV (MRVE3) subia 1,56%, em dia positivo para o setor como um todo, com agentes financeiros também repercutindo prévia operacional e anúncio de programa de recompra de ações da companhia. O segmento de incorporação do grupo teve expansão de 14% nas vendas líquidas do segundo trimestre ano a ano, para um volume recorde de 2,5 bilhões de reais. O índice do setor imobiliário na B3 registrava acréscimo de 1,18%.
Marfrig (MRFG3) avançava 1,26%, com o setor de modo geral no azul, com Minerva (BEEF3) em alta de 1,2% e JBS (JBSS3) avançando 0,88%. BRF (BRFS3) era exceção com queda de 0,36%.
Na véspera, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei com o eixo central da regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, incluindo proteínas animais à lista de itens da cesta básica isentos de tributação.
Vale (VALE3) avançava 0,55%, com os futuros do minério de ferro se recuperando na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 0,8%. A mineradora também assinou um acordo com a Komatsu para desenvolver e testar, em parceria com a Cummins, caminhões fora de estrada movidos a uma mistura de etanol e diesel.
Petrobras (PETR4)registrava elevação de 0,26%, em dia de variação modesta do petróleo no exterior, onde o barril de Brent, usado como referência pela estatal, cedia 0,08%, a 85,01 dólares.
Itaú Unibanco (ITUB4)mostrava alta de 0,33%, com o setor como um todo no azul. Santander Brasil (SANB11) valorizava-se 1,05%, ampliando os ganhos da véspera, após anunciar na quarta-feira, após o fechamento, que seu conselho de administração aprovou a distribuição de 1,5 bilhão de reais em juros sobre capital próprio.