O Ibovespa (IBOV) mudou de sinal e cedia nesta sexta-feira, pressionado particularmente pela Petrobras, enquanto dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos endossaram o cenário de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, mas também levantaram receios sobre a desaceleração daquela economia.
Por volta de 11h05, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 0,35%, 126.948,91 pontos. O volume financeiro somava 4,5 bilhões de reais.
“Por ora, como o Ibovespa ainda não superou a região de 127.800 pontos para ganhar tração para subir, o momento é de aguardar os próximos desdobramentos e correr riscos calculados”, afirmaram analistas do Itaú BBA no relatório de análise técnica Diário do Grafista enviado a cliente mais cedo.
Nos EUA, a economia abriu 114 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, menos do que os 179 mil em junho (dado revisado para baixo) e abaixo das previsões de analistas de 175 mil postos. De acordo com o Departamento do Trabalho, a taxa de desemprego aumentou de 4,1% para 4,3%.
Em Nova York, o S&P 500 caía mais de 2%, enquanto o Nasdaq perdia cerca de 3%, pressionados também pelos resultados e sinalizações de Amazon e Intel.
O rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano recuava a 3,8242%, de 3,978% na véspera.
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A equipe da corretora Commcor também destacou que os números recentes dos balanços das empresas de tecnologia e um dado de atividade econômica divulgado na véspera aumentaram a cautela dos investidores para uma possível desaceleração mais forte da economia dos Estados Unidos.
“Mesmo com o Jerome Powell, presidente do Fed, deixando claro na quarta-feira que a discussão sobre um corte deve estar na mesa na próxima reunião, o mercado começa a avaliar se o momento da queda dos juros ocorrerá muito tarde”, acrescentou em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira.
Destaques
Petrobras (PETR4) caía 2,23%, contaminada pelo forte recuo dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent cedia 2,72%,a 77,36 dólares. Petrobras (PETR3) perdia 1,93%, com outras petrolíferas acompanhando o movimento. 3R (RRRP3) era negociada em baixa de 2,35% e Prio (PRIO3) mostrava queda de 2,08%. PetroReconcavo (RECV3) era exceção, com alta de 0,25%.
Weg (WEGE3) cedia 2,76%, em sessão de ajustes após renovar máximas históricas na véspera, repercutindo declarações de executivos sinalizando manutenção de margens elevadas no curto prazo, depois de apresentar um resultado acima das previsões para o segundo trimestre na quarta-feira. A queda ocorre após o papel acumular um salto de mais de 15% nos últimos dois pregões.
Eztec (EZTC3) disparava 8,74%, favorecida pelo alívio na curva de juros, enquanto agentes também avaliavam positivamente o balanço da construtora divulgado na noite da véspera, com alta de 17,7% no lucro líquido do segundo trimestre. Entre os papéis do segmento listados no Ibovespa, Cyrela (CYRE3) subia 3,62% e MRV&Co (MRVE3) ganhava 3,19%. O índice do setor imobiliário avançava 2%.
Magazine Luiza (MGLU3) valorizava-se 4,81%, também beneficiada pela queda nas taxas dos DIs , que apoiavam o avanço de outros papéis sensíveis à economia doméstica, entre eles Lojas Renner (LREN3), que subia 3,31%, e Natura (NTCO3), que avançava 2,86%. O índice do setor de consumo tinha elevação de 0,75%.
Vale (VALE3) registrava variação negativa de 0,35%, em meio a movimento divergente dos futuros do minério de ferro na Ásia, onde o contrato mais negociado em Dalian, na China, fechou em alta de 2,16%, enquanto o vencimento de referência em Cingapura abandonou o sinal positivo e cedia 0,13%.
Bradesco (BBDC4) avançava 0,45%, tendo no radar a divulgação do resultado do segundo trimestre na segunda-feira antes da abertura do mercado, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), que também reportam seus números na próxima semana, caíam 0,15% e 0,3%. Santander Brasil (SANB11), que já mostrou seus números, perdia 0,96%. BTG Pactual (BPAC11) subia 2,59%.