Ainda que tenha perdido um pouco de fôlego no período da tarde com Nova York e um ajuste técnico, o índice Bovespa (IBOV) conseguiu subir pelo quinto pregão consecutivo e se segurar nos 131 mil pontos, recuperando patamar de janeiro deste ano.
A valorização de mais de 3% do petróleo, por conta das tensões no Oriente Médio, ajudou e fez Petrobras (PETR3; PETR4) disputar o topo do terreno positivo. O bloco com maior peso no índice, o financeiro, também contribuiu.
O Itaú BBA disse hoje que o Ibovespa voltou para a tendência de alta no curto prazo, após ter superado o patamar dos 128.700 pontos na semana passada.
Ainda assim, no período da tarde, o índice se distanciou da máxima de 131.661,99 pontos (+0,80%) alcançada pela manhã.
Na avaliação de Enrico Cozzolino, sócio e head da Levante Investimentos, a perda de ímpeto está mais relacionada com o fato de que este é o quinto pregão seguido do índice em alta, sendo mais um “movimento pontual do que uma mudança direcional”.
Segundo ele, “o Ibovespa ainda é barato aos 130 mil pontos, e isso justifica sua alta descolada em relação a outros mercados”, como Wall Street, que sem direção única.
Boa parte da alta foi motivada por Petrobras, que subiu 2,27% (ON) e 2,79% (PN). A escalada do petróleo beneficia as petroleiras, à medida que as tensões no Oriente Médio ganham novos contornos, após a Fox News noticiar que o Irã pode atacar Israel entre hoje e amanhã em retaliação ao assassinato de uma liderança do Hamas.
Outro destaque na Bolsa ficou para o setor financeiro, que avançou em bloco: B3 (B3SA3) (+1,50%), Bradesco (BBDC3) (+1,00%) e (BBDC4) (+0,68%), Unit do Santander Brasil (SANB11) (+1,01%), Itaú (ITUB4) (+0,14%), Banco do Brasil (BBAS3) (+2,15%) e Unit do BTG Pactual (BPAC11) (+1,56%).
“Grande parte do movimento da nossa Bolsa corresponde a investidores estrangeiros, e eles estão investindo em bancos brasileiros, confiantes porque os balanços vieram interessantes em termos de saúde financeira e com expectativa de bom retorno, já que estavam muito descontados (caíram muito no ano passado)”, afirma Anderson Miranda, Head de Distribuição W1 Capital.
Pressionando o índice, Vale (VALE) caiu 0,51% com o minério de ferro.
Além disso, Azul (AZUL4) tombou 11,95% depois de reportar prejuízo líquido de R$ 3,865 bilhões no segundo trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 497,9 milhões no mesmo período no anterior.
O Ibovespa fechou em alta de 0,38%, aos 131.115,90 pontos, maior nível desde 15 de janeiro, após máxima (+0,80%) aos 131.661,99 pontos e mínima na estabilidade (0,00%), aos 130.615,25 pontos.
O giro financeiro foi de R$ 21,4 bilhões.
(Com Estadão Conteúdo)