O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,51% em outubro, acelerando ante elevação de 0,45% no mês anterior, com maior pressão tanto para o produtor quando para o consumidor, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.
O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,31%, e levou o índice a reduzir a queda acumulada em 12 meses para 4,27%, baixa menos intensa nessa base de comparação desde abril (-2,57%).
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, passou a subir 0,57% em outubro, ante 0,51% no mês anterior.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, as commodities bovinos (de -6,22% para 8,33%) e cana-de-açúcar (de -0,14% para 2,30%) responderam por parte importante do resultado do IPA.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, acelerou a alta para 0,45% no mês passado, de 0,27% em setembro.
“No IPC, o setor de serviços predominou, com destaques para os aumentos nas passagens aéreas (de 8,46% para 24,87%) e no condomínio residencial (de 0,22% para 0,79%)”, disse Braz.
A expectativa de analistas é de que –após um período de queda dos preços– a inflação volte em patamares mais elevados no Brasil até o final de 2023, com atenção especial ao aumento dos preços de serviços, sobretudo diante de um mercado de trabalho aquecido e da resiliência que a economia vem apresentando.
O BC iniciou em agosto um ciclo de redução da taxa básica de juros que levou a Selic a 12,25%, com três cortes seguidos de 0,5 ponto percentual.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,20% em outubro, ante 0,34% no mês anterior, informou a FGV.
O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.