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Ilusão de foco na educação dos filhos

por Adriana Spacca Olivares Rodopoulos
3 min leitura
dinheirama-destaque-ilusao-de-foco-educacao-filhos

dinheirama-post-ilusao-de-foco-educacao-filhosApesar de continuar o assunto do último artigo, a ilusão de foco (clique para ler), hoje o meu papo é mais dirigido aos pais leitores do Dinheirama. Acredito, sinceramente, que qualquer pai e mãe quer dar a melhor educação que pode para seus filhos.

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Então perguntar de verdade para si mesmo que educação é essa, levando em conta a realidade da família (e dos filhos!), deveria ser o primeiro passo para construir um plano de ação. Sim, porque não se faz educação sem planejamento.

E me parece que é aí que mora o problema. Ou a gente acaba nem fazendo essa reflexão ou se faz, chega a uma conclusão muito parecida com o que a maioria das famílias está fazendo: educar os filhos para que eles tenham sucesso e sejam felizes!

Parece bom, mas o que é ser bem-sucedido? O que é ser feliz?

É muito comum que associemos a ideia de “bem-sucedido” com questões profissionais e financeiras. Já parou para pensar nisso? É praticamente impossível não associar a imagem de um homem (ou mulher) bem vestido, saindo de um carrão, com um sorriso no rosto quando falamos que fulano(a) é bem sucedido.

Quanto à questão do “ser feliz”, também estamos vivendo um momento onde se confunde felicidade com prazer. Há uma espécie de ditadura da felicidade cujo lema é “busque o prazer e evite o desprazer”. E, aqui para nós, “ser feliz” desta forma beira os limites da patologia.

Então o que é educar de verdade?

Para mim, educar de verdade é mais ou menos isso: educar é uma longa viagem rumo a uma cidadezinha chamada Autonomia – lá dizem que as pessoas encontram seu lugar no mundo.

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Autonomia é um lugar muito bom para se viver, mas como o caminho é longo, algumas pessoas preferem ficar em Felicidade, Liberdade ou Sucesso.

A escolha é de cada um, mas em Felicidade não se pode morar, já que é uma espécie de resort onde a gente passa um tempo e depois (normalmente quando o dinheiro acaba) tem de sair.

Já Liberdade é uma cidade cenográfica, não é de verdade, se bem que é tão perfeita que tem gente que custa a notar. Ah, em Sucesso só é aceito quem já viveu algum tempo em Fracasso, dizem que por lá se aprendem coisas que são imprescindíveis para conseguir o visto de entrada em Sucesso.

Como toda longa viagem, educar exige preparação e planejamento, caso contrário é dor de cabeça e pneu furado na certa.

É preciso prestar muita atenção no caminho. Uma placa perdida, uma encruzilhada inesperada daquelas em que alguém de supetão grita lá de trás “vai por aqui!” e pronto! Dali alguns quilômetros a família percebe que está perdida. E toca pedir informação…

Por isso, na dúvida pare, olhe e escute! Outra coisa importante é que todo mundo concorde com o trajeto escolhido, se não fica aquela coisa de “Por que você entrou à esquerda?”, “Falei que a gente pegou retorno errado!”, “Olha, quer saber, dirige você então!” e “Eu não, dirigir é responsabilidade sua!”.

Falando em dirigir, como o caminho é longo, revezar a pilotagem é sempre bom e evita acidentes. Aqui é preciso entender que cada um tem seu estilo, seu jeito de guiar. O importante mesmo é não sair da rota: Autonomia, aí vamos nós!

Ah, e pelo amor de Deus, nunca deixe alguém sem habilitação dirigir. Isso parece meio óbvio, mas é muito comum ver menores sem habilitação chegando em Felicidade, Liberdade e tentando entrar em Sucesso!

Como o trajeto é longo, também não subestime o tempo de viagem. Afinal, a gente sempre acha que vai terminar as coisas muito antes do que a gente realmente termina – quem já reformou casa que o diga!

Às vezes, vale a pena perder um dia ou dois de viagem para jogar conversa fora, fazer piquenique, rever a rota diante de um imprevisto, porque é tudo isso que vai contar quando a viagem acabar. Sim, porque ela acaba.

Aliás, o bom de qualquer viagem não é o fim, é o meio. Ah, só mais uma coisinha: como em qualquer viagem, viaja melhor quem já conhece os caminhos.

Por isso, caro leitor, foco na autonomia. É dessa forma que vocês vão preparar seus filhos para que eles se tornem gente grande. E “gente grande” aqui não se refere a adultos, mas a grandes seres humanos! Boa viagem!

Foto road in the spring, Shutterstock.

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