As importações de soja do Brasil pela China aumentaram 2,2% em junho em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados no sábado, com os compradores chineses adquirindo grãos sul-americanos a preços mais baixos.
O maior comprador de soja do mundo importou 9,72 milhões de toneladas métricas da oleaginosa do Brasil no mês passado, em comparação com 9,51 milhões de toneladas no ano anterior, segundo dados da Administração Geral de Alfândega.
As importações vindas dos Estados Unidos atingiram 1,31 milhão de toneladas, mais de quatro vezes acima do registrado um ano atrás, embora apenas cerca de 12% do total do mês.
O total de soja que chegou à China em junho atingiu 11,11 milhões de toneladas.
A China está enfrentando um excesso de oferta de soja, uma vez que as compras recordes aumentam os estoques em meio à fraca demanda por ração animal, com os preços de produtos como o óleo de soja e o farelo de soja devendo cair.
O excedente também ameaça reduzir o apetite da China por importações no período de setembro a dezembro, o pico da temporada de comercialização da soja dos EUA.
Apesar do aumento das importações em junho, as vendas de soja dos EUA para a China têm sido fracas para a nova safra de 2024/25, que será colhida no próximo outono norte-americano.
A China reservou sua primeira compra de soja dos EUA para o ano comercial de 2024/25 neste mês, comprando apenas 132.000 toneladas, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA. No ano passado, nessa mesma época, a China já havia reservado 1,72 milhão de toneladas de soja da nova safra dos EUA.
Safra de soja
O Brasil aumentou sua participação no mercado global de sementes oleaginosas, conforme sua produção de soja praticamente dobrou na última década.
A safra de soja 2024/25 do Brasil, que os agricultores começarão a semear em setembro em uma área provavelmente maior do que a da última temporada, poderá crescer 13% e atingir 171,54 milhões de toneladas, informou a consultoria Safras & Mercado na semana passada.
De janeiro a junho, as importações chinesas do Brasil totalizaram 34,43 milhões de toneladas, um aumento de 16% em comparação com o período homólogo.
O total de importações dos EUA no primeiro semestre do ano foi de 12,2 milhões de toneladas, 27% a menos que no ano anterior, segundo os dados.