O número de incêndios na Amazônia alcançou o maior patamar para o mês de julho em quase duas décadas, mostraram nesta quinta-feira dados divulgados pelo governo, em meio a uma seca na região agravada pelas mudanças climáticas.
Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia tem um papel vital em combater o aquecimento global por causa da grande quantidade que absorve de gás causadores do efeito estufa.
Satélites detectaram 11.434 pontos de incêndio na Amazônia em julho, o maior número desde 2005, mostraram dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os pontos de incêndio são o maior indicador da presença de fogo na região, mas não classificam quão severas são as chamas.
Dados mais precisos relativos a junho, que fazem o cálculo da área, trouxeram o número de 17.582 quilômetros quadrados queimados na Amazônia, maior dado desde 2003.
A seca que assola a Amazônia desde o ano passado significa que há mais vegetação seca para alimentar o fogo, que geralmente tem seu pico entre o fim de agosto e o começo de setembro.
Os incêndios na floresta amazônica não ocorrem naturalmente. Eles são iniciados por pessoas, muito frequentemente agricultores que querem liberar a terra para plantar soja ou usá-la de pasto para o gado.
Na quarta-feira, durante visita ao Pantanal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma nova lei que estabelece uma política para o controle de incêndios. A região também tem sofrido intensos incêndios mais cedo do que o esperado.
A nova lei proíbe a prática de atear fogo na área verde para destruir as florestas ou outras vegetações nativas, com o intuito de usá-las para a agricultura ou qualquer outra utilização. Há poucas exceções na lei. Lula disse na plataforma X que a legislação também ajudará a melhorar o combate aos incêndios.
Do outro lado da fronteira, Bolívia e Venezuela também estão testemunhando incêndios recordes em suas porções da floresta.