O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil caiu no mês passado pela terceira vez consecutiva, seguindo no patamar mais fraco desde maio passado em meio a expectativas mais fracas para os próximos meses, disse nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, perdeu 1,4 ponto em outubro, a 75,0 pontos, nível mais fraco em cinco meses (74,6). A FGV disse que o índice está enfrentando “dificuldade” para se afastar do patamar de 75 pontos.
“Apesar de melhora no ambiente macroeconômico e a permanência da taxa de desemprego em patamar baixo, as recentes quedas nas expectativas de empresários e consumidores não permitem imaginar uma retomada mais forte do indicador nos próximos meses”, explicou em nota Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre.
Seis dos sete componentes do IAEmp apresentaram queda em outubro, com destaque para os indicadores de Tendência dos Negócios de Serviços e de Emprego Local Futuro do Consumidor, que perderam 0,4 ponto cada.
“Será preciso haver sinais mais claros de uma recuperação na economia brasileira para (o IAEmp) voltar à trajetória favorável que chegou a ser ensaiada ao longo do ano”, disse Tobler.
Depois de várias surpresas positivas nos dados de atividade do primeiro semestre deste ano, leituras recentes começaram a dar indícios de desaceleração da economia, tendência que deve se manter ao longo dos próximos meses, conforme o país continua a sentir os efeitos defasados da política monetária restritiva do Banco Central.
Embora a autarquia tenha finalmente cortado a taxa Selic, adotando três reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual, a 12,25%, a expectativa é de que os juros sigam em patamar restritivo à economia por algum tempo.