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Indústria da China desacelera e derruba ações em 2,6%

Indicador PMI jogou ao segundo plano as sinalizações do presidente do país, Xi Jinping, de que Pequim pretende implementar uma política econômica proativa em 2025

por Gustavo Kahil
3 min leitura
China Indústria

As bolsas da Ásia fecharam em queda e as principais ações chinesas tiveram o pior primeiro dia do ano desde 2016 nesta quinta-feira, 2, após um dado sobre o setor de manufatura induzir renovadas preocupações sobre as perspectivas para a segunda maior economia do planeta. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China recuou para 50,5 em dezembro, conforme pesquisa final da S&P Global em parceria com a Caixin.

O número acima de 50 mostra que houve expansão da atividade, mas em ritmo bem mais lento que no mês anterior. O indicador jogou ao segundo plano as sinalizações do presidente do país, Xi Jinping, de que Pequim pretende implementar uma política econômica proativa em 2025.

Assim, o índice Xangai Composto encerrou a sessão em baixa de 2,66%, a 3.262,56 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto perdeu 2,57%, a 1.907,04 pontos. O índice CSI 300, que reúne as principais empresas da China continental, cedeu 2,91%, a 3.820,40 pontos – pior abertura do ano desde 2016, conforme a Bloomberg. Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 2,18%, a 19.623,32 pontos.

Detalhes do PMI da China

O índice PMI da China caiu para 50,5 em dezembro, contra 51,5 em novembro, sinalizando a terceira alta consecutiva no setor manufatureiro, embora com ritmo de crescimento mais lento. Segundo a S&P Caixin, a queda reflete o enfraquecimento da demanda externa, além de preocupações econômicas e comerciais que pesaram sobre a confiança dos negócios.

Apesar da desaceleração, a produção manufatureira cresceu pelo 14º mês consecutivo, sustentada por pedidos domésticos. No entanto, exportações diminuíram após forte alta em novembro. “O setor permanece resiliente, mas enfrenta pressões crescentes,” informou a S&P Caixin.

Produção desacelera em dezembro: A produção manufatureira aumentou, mas em ritmo marginal, devido ao enfraquecimento da demanda externa. Exportações caíram, revertendo o crescimento robusto observado no mês anterior.

Queda nos preços de venda: Os preços de venda recuaram pela primeira vez desde setembro, enquanto os custos de insumos continuaram subindo. “Fabricantes optaram por absorver custos para sustentar vendas,” destacou o relatório.

Redução no emprego: A força de trabalho caiu pelo quarto mês consecutivo, embora em ritmo mais moderado. A redução reflete a diminuição da pressão sobre a capacidade.

Estoque de segurança: Compras aumentaram pela terceira vez consecutiva, com estoques crescendo devido à intenção de construir reservas de segurança, segundo a S&P Caixin.

Confiança em baixa: O otimismo empresarial caiu ao menor nível desde setembro, afetado por incertezas comerciais e econômicas. “Preocupações com tarifas dos EUA e perspectivas de crescimento pesaram sobre o setor,” concluiu a análise.

Ásia

Em Taiwan, o índice Taiex cedeu 0,88%, a 22.832,06 pontos.

Já o sul-coreano Kospi, de Seul, perdeu 0,02%, a 2.398,94 pontos A ação da Jeju Air despencou 4,67% e estendeu as perdas recentes após um acidente aéreo que deixou 179 mortos no último domingo.

A Bolsa de Tóquio não operou nesta quinta-feira por causa de um feriado local.

Oceania

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 ganhou 0,52%, a 8.201,20 pontos, em Sydney.

(Com Estadão Conteúdo)

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