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Indústria de carne suína da UE teme restrições da China

A América do Sul pode se beneficiar se a China buscar suprimentos alternativos, dizem os especialistas

por Reuters
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Criação de porcos (Imagem: Reuters)

A indústria de carne suína da Europa enfrentaria um “cenário de pesadelo” de preços mais baixos e queda na lucratividade, se a China restringir as importações da região, disseram executivos e analistas do setor nesta sexta-feira.

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As empresas chinesas solicitaram uma investigação antidumping sobre as importações de carne suína da União Europeia, informou a mídia chinesa apoiada pelo Estado na sexta-feira, aumentando as tensões depois que o bloco impôs taxas antissubsídios aos veículos elétricos fabricados na China.

A China importou 6 bilhões de dólares em carne suína em 2023 e mais da metade veio da UE, segundo dados da alfândega chinesa. Uma restrição resultaria em uma enorme perda de negócios para o setor de carnes da Europa.

“A suspensão total das exportações de carne suína da UE para a China seria um cenário de pesadelo em potencial para a cadeia de suprimentos de carne suína, com implicações em toda a UE”, disse Justin Sherrard, estrategista global de proteína animal do Rabobank.

Sherrard acrescentou que a interrupção seria sentida em todas as cadeias de suprimento de carne suína na Europa, resultando em preços mais baixos e impactando margens de lucro, devido ao possível excedente gerado.

A China compra carne suína, incluindo orelhas, narizes e pés, para os quais há pouca demanda por parte dos clientes europeus.

A possibilidade de exportar essas partes do animal ajuda a gerar um valor mais alto para a carcaça inteira, dizem os analistas.

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“Levaria tempo, mas talvez seja possível para os exportadores da UE encontrarem mercados alternativos para os cortes de carne suína que atualmente são enviados para a China”, disse Sherrard. “No entanto, duvido que mercados alternativos possam ser encontrados para as exportações de ‘carne variada’ da UE que atualmente é enviada para a China.”

A América do Sul pode se beneficiar se a China buscar suprimentos alternativos, dizem os especialistas.

“Espera-se que isso envolva especialmente vendas extras do Brasil para a China, (o Brasil) vem expandindo sua capacidade de exportação nos últimos anos”, disse Tim Koch, analista de carnes da consultoria de mercado alemã AMI.

A Rússia poderia entrar em cena para compensar parte das exportações perdidas da Europa, disse Jean-Paul Simier, analista francês de carnes e colaborador da revista de commodities Cyclope.

“Doloroso”

A Espanha é o maior exportador de carne suína para a China em todo o mundo, vendendo cerca de 1,5 bilhão de dólares do produto todos os anos.

Falando a repórteres no centro pecuário espanhol de Lleida, o ministro da indústria da Espanha disse que ambas as regiões seriam prejudicadas se as medidas entrassem em vigor.

“Outro dia estive com o Ministro do Comércio e Indústria da China, e todos concordamos que não devemos cair na dinâmica das guerras comerciais”, disse ele.

A Interporc, que representa os produtores de carne suína da Espanha, concordou com esse sentimento.

“O que esperamos é que o relacionamento entre a UE e a China seja sempre bom, e estamos trabalhando para garantir que esse bom relacionamento continue”, disse.

A indústria de carne suína da Alemanha já sofreu uma proibição de importação pela China desde 2020, depois que a doença da peste suína foi encontrada na Alemanha.

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