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Intelbras ainda é imprevisível? Ações entram no radar do mercado

Avaliação é vista como atraente em relação ao crescimento, enquanto os investidores não se posicionam devido à incerteza de curto prazo

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Intelbras

O Goldman Sachs, por meio dos analistas Vitor Tomita e Milenna Okamura, publicou uma análise abrangente sobre as ações da Intelbras (INTB3), destacando uma visão mista entre oportunidades e desafios para a empresa brasileira de tecnologia e segurança. Após entrevistas com diversos investidores desde o lançamento do relatório de iniciação em 11 de agosto, os analistas resumiram as principais discussões e feedbacks recebidos.

A análise inicial revelou um forte interesse dos investidores em discutir a Intelbras, com muitos ainda considerando a valuation como atraente e analisando possíveis pontos de entrada antes das comparações favoráveis do terceiro trimestre de 2024. No entanto, há uma cautela em relação à concorrência e à previsibilidade limitada dos resultados.

“Vimos um interesse muito forte, impulsionado por investidores locais”, observaram os analistas, destacando a demanda por reuniões e chamadas sobre a Intelbras, apesar da liquidez relativamente menor e da ausência nos principais índices de ações.

A visão geral é positiva, especialmente em relação à trajetória de crescimento da empresa, apoiada por tendências fortes de receita no segundo trimestre de 2024 e pelas expectativas de comparações anuais mais fáceis para o terceiro trimestre.

“Os investidores estão revisando o nome, esperando um crescimento significativo nos próximos anos”, afirmaram os analistas, enquanto discutiam um potencial de crescimento de cerca de 14% ao ano até 2026.

Maturidade do mercado da Intelbras

Entre os principais desafios identificados, destaca-se o risco de desaceleração do crescimento secular a longo prazo devido à maturidade do mercado, especialmente em câmeras de vigilância e alarmes.

“Investidores reconhecem a necessidade de um portfólio de produtos em evolução contínua para mitigar preocupações com a maturidade do mercado”, apontaram os analistas, enfatizando que as discussões de crescimento estão mais focadas no segmento de Segurança.

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Dois principais obstáculos foram destacados pelos investidores: a competição, especialmente com Hikvision, e a visibilidade dos resultados de curto prazo, que são relativamente voláteis e difíceis de prever.

“Os resultados trimestrais são frequentemente imprevisíveis, o que tem levado os investidores a serem mais cautelosos em assumir posições”, explicaram os analistas, apontando para surpresas sucessivas de receita e EBITDA que impactaram as expectativas de mercado.

Ações atraentes

Apesar da valorização recente das ações, a avaliação ainda é vista como atraente em relação ao crescimento esperado, enquanto observavam que muitos investidores estão revisando o caso, mas ainda não estão se posicionando fortemente devido à incerteza de curto prazo.

Em sua conclusão, os analistas reafirmaram a recomendação de compra, sustentada por uma valoração atrativa e pelo potencial de bom momento nos resultados. O preço-alvo de R$ 27 corresponde a um potencial de valorização de aproximadamente 20%.

“Acreditamos que o terceiro trimestre pode ser um catalisador importante, aumentando a confiança dos investidores na trajetória da empresa”, destacaram, embora tenham reconhecido a menor previsibilidade estrutural dos ganhos da Intelbras em comparação com outros nomes do setor de telecomunicações.

A análise enfatizou os riscos da competição no segmento de Segurança a longo prazo, com a possibilidade de um mercado mais saturado impulsionando novos entrantes ou investimentos aumentados de concorrentes existentes. No entanto, os analistas continuam otimistas em relação ao potencial de crescimento de curto prazo nos segmentos de ICT (Information and Communication Technology) e Energia, especialmente com a expansão do portfólio de parcerias e produtos não solares.

No contexto mais amplo, eles identificam um potencial maior de longo prazo no segmento de Energia, enquanto reconhecem mercados relativamente maduros para provedores de banda larga de fibra e redes corporativas. “Entre ICT e Energia, vemos mais potencial de longo prazo em Energia, dada a penetração relativamente baixa de energia solar”, concluíram os analistas, enfatizando as perspectivas de crescimento sustentado da Intelbras nos próximos trimestres.

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