Os investidores globais estão definitivamente surfando a era dos juros altos nos EUA, que hoje estão entre 5,25% ao ano e 5,5% a.a., e continuam a comprar os títulos da dívida do país, sobretudo os tradicionais Treasuries com o vencimento em 10 anos.
As declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, feitas na semana passada durante o encontro em Jackson Hole, reafirmaram a visão de que as taxas continuarão a subir até que o BC consiga garantir que a inflação retorne à meta de 2%.
“Estamos preparados para aumentar ainda mais os juros, se for o caso, e pretendemos manter a política monetária em um nível restritivo até estarmos confiantes de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção ao nosso objetivo”, disse.
Segundo a gestora Julius Baer, isso faz com que os investidores que buscam o “porto seguro” se mantenham no mercado de títulos e até vendam os ativos que competem com os Treasuries nessa modalidade menos arriscada, como o ouro e a prata.
“No caso do ouro, as participações caíram cerca de 160 toneladas em relação ao máximo registrado em maio, ou seja, após a turbulência bancária regional nos EUA, e atingiram os níveis mais baixos desde o início da pandemia”, explica Carsten Menke, Head Next Generation Research, Julius Baer
Segundo ele, os riscos de recessão nos EUA diminuíram claramente e as expectativas de uma rápida inversão da política monetária desapareceram. Salvo alterações nas perspectivas, os rendimentos atrativos estão afastando dos mercados os que procuram refúgio seguro.
Os preços para a prata e o ouro permaneceram sem muita variação após a fala de Powell, sendo negociados em torno de US$ 1.915 por onça para o ouro e US$ 24,2 por onça para a prata.