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Vale a pena Investir em Empresas com Modelo de Receita Recorrente?

por Rodrigo Dantas
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Vale a pena Investir em Empresas com Modelo de Receita Recorrente?

Você tem um bom conhecimento sobre o mercado financeiro, possui experiência em administrar carteiras e acompanha diariamente as notícias do mundo. Como recomendação, você ainda escuta alguns conselhos de gerentes de banco, amigos e especialistas.

Ótimo, mas quando você toma a decisão de investir em uma empresa, você considera o fato dela possuir como característica principal do seu fluxo de caixa um modelo de receita recorrente?

Empresas que adotam o modelo de receita recorrente, ou simplesmente “cobrança recorrente”, são, em sua maioria, sustentáveis do ponto de vista financeiro.

Ter um modelo de negócio recorrente é um privilégio para algumas empresas e uma oportunidade para muitas outras. As empresas de tecnologia já mudam em sua maioria para esse modelo.

A Economia da Recorrência

Netflix e Microsoft, duas grandes conhecidas do nosso público, encontram em seus negócios uma forma de vender assinaturas de seus produtos e serviços, mudando a forma tradicional de venda, que seria adquirir um software e ser “dono” dele.

Esse modelo possibilita uma forma de garantir receita recorrente, já que em vez da “venda a venda”, o serviço é adquirido mediante uma assinatura que gera um fluxo recorrente de receita.

Esse é, na verdade, o grande segredo do Netflix, que ao oferecer uma assinatura de filmes por R$ 17,90 praticamente extinguiu o mercado de locadoras de filmes e o próprio comércio em si.

Em vez de comprar um DVD, as pessoas agora assinam um serviço de streaming de filmes quase ilimitado. Ainda existem limitações de títulos e também da velocidade de Internet do usuário (o que afeta a qualidade do vídeo), mas essa é uma tendência que vai se firmar. É assim com softwares, com filmes e também no mundo físico.

O grande ponto a se observar ao investir em uma empresa deste tipo é se ela sustenta seu próprio modelo. Empresas que possuem formas recorrentes de receitas, como planos, mensalidades e assinaturas têm uma chance de sustentabilidade maior do que aquelas que precisam fazer a venda única, cada vez que acessa o cliente.

A empresa Salesforce (CRM online) é um dos grandes exemplos dessa mudança de consumo no mercado B2B no mundo. A chamada “economia da recorrência” se baseia na oferta do produto ou serviço via acesso, e não propriedade. As pessoas e empresas adquirem assinaturas no lugar da propriedade do produto em si.

Principais Diferenças

Alguns investidores americanos já analisam o termômetro dessa mudança de consumo. Sinal disso é que a gigante SAP, pressionada pelo modelos SaaS (software como serviço) de CRM e ERPS no mundo todo, iniciou no começo do ano uma pequena mudança na venda de seu software tradicional para um modelo de assinaturas.

O anúncio foi feito no blog da empresa americana Zuora, numa espécie de boas vindas ao modelo. Para ilustrar melhor, vamos a algumas diferenças dos modelos tradicionais de vendas ao modelo recorrente:

Modelos SaaS (acesso)

No caso da Salesforce, a empresa oferece seu software online através de uma assinatura. É um caso clássico “SaaS” (software as a service). Por consequência disso, o custo para se usar este tipo de produto cai, a instalação do produto se torna infinitamente mais prática e as atualizações se tornam muito mais fáceis.

Modelo tradicional (propriedade)

No modelo tradicional, até então predominante no mundo corporativo, ao se ter a propriedade de um software, como por exemplo um ERP, o custo de aquisição é alto e acompanhado de grande complexidade de instalação (muitas vezes necessitando de projeto). Isso sem contar as atualizações, normalmente custosas.

A venda nesse caso não é recorrente. Nesse modelo, a venda sempre precisa ser ativada por uma área de vendas, o que compromete muito o custo de aquisição de cliente e não garante que esse mesmo cliente volte a comprar no próximo período.

Conclusão

A economia da recorrência atrai diversas empresas, que mudam de sua tradicional forma de vender para o modelo recorrente, almejando sustentar faturamento e gastar menos para adquirir um cliente.

Outro grande fator para se observar é que esse tipo de empresa consegue se dedicar ainda mais ao cliente, já que o tempo que dispensava atrás de novos clientes é utilizado para a manutenção da carteira atual.

Acredito que até para investidores, esse é um fator a se levar em consideração, já que se dedicar ao cliente e ter uma receita recorrente é um grande diferencial para qualquer empresa em qualquer indústria.

Hoje eu quis contribuir trazendo uma visão de investimento em empresas (listadas em bolsa ou startups) capazes de gerar renda de forma recorrente, o que acho uma decisão bem inteligente. O que você acha? Bons investimentos e até a próxima.

Foto “Innovation”, Shutterstock.

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