O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, desacelerou ligeiramente a alta em outubro, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IPCA-15 avançou 0,21% neste mês, arrefecendo ante o avanço de 0,35% visto em setembro, e ficando praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,20%.
Com isso, o IPCA-15 passou a acumular nos 12 meses até outubro avanço de 5,05%, contra 5,00% no mês anterior e projeção de analistas de 5,04%.
Essa ainda é a leitura mais alta desde março (+5,36%), ficando acima do teto da meta para a inflação deste ano, que é de 3,25% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos medida pelo IPCA.
Conforme o IBGE, o resultado deste mês foi bastante influenciado pela alta nos preços das passagens aéreas, que dispararam 23,75% e tiveram o maior impacto individual no índice geral, de 0,16 ponto percentual.
O grupo Transportes, que engloba o item passagem aérea, avançou 0,78% em outubro, depois de já ter saltado 2,02% em setembro.
Os preços dos combustíveis, no entanto, que haviam pressionado o IPCA-15 para cima no mês anterior, passaram a cair 0,44% em outubro. Houve quedas nos preços da gasolina (-0,56%), do etanol (-0,27%) e do gás veicular (-0,27%), enquanto o óleo diesel (+1,55%) subiu.
O Banco Central já cortou sua taxa de juros em 1 ponto percentual no acumulado das duas últimas reuniões de seu Comitê de Política Monetária (Copom), a 12,75%, e indicou que pretende reduzir as expectativas para a inflação por meio de uma atuação firme. Apesar do atual ciclo de afrouxamento monetário, a Selic deve continuar em patamar restritivo à economia por um bom tempo.
O BC já avaliou ser pouco provável intensificar os cortes na Selic à frente, com a maior parte dos mercados apostando em mais um corte de 0,50 ponto percentual nos juros na reunião do Copom na semana que vem, nos dias 31 de outubro e 1° de novembro.