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IPO da BM&F: quem vai e quem fica?

por Conrado Navarro
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IPO BM&F: vai ou fica?Bernardo comenta: “Navarro, eu gostaria que você me falasse um pouco sobre a oferta pública inicial (IPO) da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Será que vale a pena? As ofertas vão de 19/11/2007 até 27/11/2007″.
Renata comenta: “Navarro, tenho visto muito barulho em torno da IPO da BM&F. Muita gente entrou na oferta inicial da Bovespa e ganhou uma bela grana. Será que o mesmo comportamento se repetirá com a IPO da BM&F”?

Bernardo, Renata, decidi publicar ambas as perguntas em um mesmo artigo pois tratam do mesmo assunto. Espero que não se incomodem. É verdade que a alta de mais de 50% na oferta da Bovespa deixou o pessoal com muito ânimo para começar a entrar em negócios deste tipo, especialmente aqueles que não tiraram nenhuma “casquinha” no dia 26. A pergunta que fica é: será que a IPO da BM&F vai ser tão interessante quanto a da Bovespa? Será que haverá espaço para tamanha valorização?

Você sabe o que é a BM&F?
Muitos leitores querem saber do potencial de valorização das ações da BM&F, mas poucos se interessaram em discutir o que é a BM&F e qual seu modelo de negócios. Se lembrarmos que comprar ações implica ser sócio da empresa, será que não estamos vendo (e vivendo) um movimento emocional (e perigoso) demais? A reflexão não pretende torná-lo rico, mas fazê-lo pensar melhor na forma com que suas decisões podem estar sendo tomadas.

Você pode não conhecer a BM&F. Normal, afinal de contas a Bovespa é uma instituição muito mais conhecida que a BM&F, é mais famosa. Que tal mudarmos essa situação? O prospecto da BM&F discorre sobre seus objetivos e funcionamento enquanto negócio:

“Temos como objetivo o desenvolvimento e a administração de sistemas destinados à negociação e à liquidação de operações com títulos e derivativos que tenham como objeto ou possuam como referência ativos financeiros, índices, indicadores, taxas, mercadorias, moedas, preços de energia, transportes, commodities ambientais e climáticas, nas modalidades a vista e de liquidação futura. Nossos produtos possibilitam aos nossos clientes a realização de operações destinadas (i) à transferência de riscos de mercado (hedge); (ii) à arbitragem de preços entre mercados e/ou ativos; (iii) à diversificação e alocação de investimentos; e (iv) à alavancagem de posições”

Portanto, a BM&F tem como principais clientes e participantes grandes investidores internacionais (fundos mútuos, fundos de pensão, seguradoras e grandes bancos), que usam derivativos para alavancar ou proteger (hedging) suas aplicações durante momentos de grande euforia ou crises. A participação da pessoa física ainda é muito tímida, e normalmente limitada a especialistas.

Legal, mas sim ou não?
Dificil responder que sim ou que não. Os números sugerem tetos parecidos, mas a precaução toma conta das opiniões dos especialistas. A BM&F deve negociar cerca de 260 milhões de ações ON, avaliadas entre R$ 14,50 e 16,50. A operação, tomando como base estes números, pode movimentar até R$ 5 bilhões. As perspectivas se assemelham às encontradas na Bovespa, o que gera bastante ânimo entre os investidores.

Mas e o futuro do negócio?
O cenário econômico parece favorável para o crescimento da BM&F e para sua definitiva afirmação no cenário internacional. Hoje ela já aparece como um das cinco maiores negociadoras de contratos futuros do mundo, o que certamente a classifica como potencial parceira de negócios por parte de outras instituições semelhantes. Se há interesse em negócios conjuntos, deve haver interesse por parte de investidores. Além disso, a chegada do grau de investimento, esperada para 2008, tende a aquecer a economia e aumentar o fluxo de capital estrangeiro no país. Isso significa maior quantidade de contratos negociados.

Em seu prospecto, a BM&F mostra que a média diária de negociação de futuros vem aumentando bastante, com números que chegam a quase 70% de crescimento. Afirmo, então, que há bom potencial de valorização nas ações. O negócio é interessante e tende a evoluir bastante. Mais, acredito que a ação seja uma boa escolha, especialmente para carteiras de longo prazo.

A oscilação no pregão inicial dependerá de muitos fatores, inclusive de aspectos de mercado não relacionados especificamente com a BM&F. Ainda assim, dificilmente veremos uma queda nos preços dos ativos. A supervalorização, questão central do artigo, permanece propositalmente aberta. Confira a agenda da oferta:

  • Publicação de Aviso ao Mercado e Início do Procedimento de Bookbuilding – 9 de novembro
  • Início do Período de Reservas – 19 de novembro
  • Encerramento do Período de Reservas – 27 de novembro
  • Fixação do Preço por Ação (encerramento do Procedimento de Bookbuilding) – 28 de novembro
  • Início do Prazo para Exercício da Opção de Lote Suplementar – 30 de novembro
  • Início das negociações na Bovespa – 30 de novembro
  • Encerramento do Prazo para Exercício da Opção de Lote Suplementar – 30 de dezembro
  • Liquidação Financeira da Operação – 4 de dezembro
  • Data limite para a publicação do anúncio de encerramento da oferta – 7 de janeiro

Você vai participar? Sim? Não? Por que? O portal Infomoney traz mais detalhes sobre a oferta. Até a próxima.

Crédito da foto para Marcio Eugenio.

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