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IPOs na B3: histórico e desempenho das ações do ‘boom’ de 2020 e 2021

Desde 2022, a bolsa brasileira vem enfrentando uma escassez de empresas que buscam abrir capital como forma de captar novos recursos para o crescimento de seus negócios

por Quantum Finance
3 min leitura
B3 Ibovespa
(Imagem: Reprodução/Site oficial B3)
(Imagem: Reprodução/Site Oficial B3)

O fluxo de entrada de empresas na B3 costuma ser um tema recorrente no mercado. No entanto, os últimos anos têm chamado mais atenção por um fato curioso: nenhuma oferta pública inicial de ações (IPOs, na sigla em inglês) foi lançada.

Trata-se da maior ‘seca’ em décadas, de acordo com um levantamento da Quantum.

A seguir, você confere um estudo especial sobre o histórico de estreias na bolsa brasileira nos últimos 20 anos, além de rankings de maiores altas e baixas entre as ações da grande leva de 2020 e 2021.

IPOs: de 2004 aos dias atuais

Desde 2022, a bolsa brasileira vem enfrentando uma escassez de empresas que buscam abrir capital como forma de captar novos recursos para o crescimento de seus negócios. 

A ausência de estreias na B3 em mais de dois anos acontece após o ‘boom’ de entradas em 2020 e 2021, quando 74 empresas protagonizaram uma corrida rumo à bolsa. 

Nem mesmo nos momentos mais ‘memoráveis’ dos últimos 20 anos, como a crise do subprime em 2008 e o período conturbado para o mercado de ações durante e após os anos do governo Dilma, a B3 ficou sem pelo menos um IPO. 

Veja o movimento de IPOs de 2004 até os dias atuais:

Fonte: Quantum Finance

Nesse intervalo, a B3 contou com 245 IPOs realizados, sendo 2007 o ano com maior número de estreias (64). 

Veja os números em detalhes:

Ano IPOs na B3 
2004 
2005 
2006 26 
2007 64 
2008 
2009 
2010 11 
2011 11 
2012 
2013 10 
2014 
2015 
2016 
2017 
2018 
2019 
2020 28 
2021 46 
2022 
2023 
2024 
TOTAL 245 

Fonte: Quantum Finance

Sem IPOs: o que explica a seca dos últimos anos? 

O movimento de estreias na B3 e a variação nas taxas de juros andam lado a lado. 

Em 2020 e 2021, apesar da pandemia de Covid-19, diversas empresas encontraram no patamar mínimo histórico de 2% da Selic uma oportunidade de ouro para atrair novos investidores. 

Com o início da postura contracionista do Banco Central em resposta à alta da inflação, não foi uma grande surpresa quando diversas empresas que haviam protocolado o pedido de IPO junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) formaram uma fila de desistência no processo de abertura de capital. 

O ciclo de alta de juros no Brasil teve início em março de 2021 e chegou ao pico em agosto de 2022, com a taxa em 13,75% ao ano. 

Foi apenas em agosto de 2023 que as autoridades monetárias decidiram iniciar a fase de cortes da Selic, interrompida na última reunião do comitê quando anunciaram a manutenção da taxa em 10,50% ao ano. 

A abordagem mais cautelosa do Banco Central diante do aumento dos riscos fiscais sinaliza que os juros do país devem permanecer em patamares elevados por mais tempo.

IPOs em 2020 e 2021: o desempenho das empresas até agora 

A grande leva de empresas que aproveitaram os juros baixos para entrar na B3 em 2020 e 2021 não está passando por uma boa fase na bolsa. 

77,14% das ações dessas empresas entregam retorno negativo desde a realização do IPO, revela um estudo da Quantum. 

Os dados levantados pela Quantum também trazem o recorte das ações que estrearam no mercado durante o ‘boom’ de IPOs e que acumulam retorno pior que o Ibovespa em 2024. 

Considerando o fechamento de 20/06, a maioria dos papéis (61,42%) apresenta desempenho mais fraco que o índice de referência. 

Vale lembrar que, até a data-base, o Ibovespa registrava no ano uma queda de 10,24%. 

Os percentuais citados acima já excluem as empresas que fizeram IPO em 2020 e 2021 e deixaram de ser negociadas na B3: Boa Vista, Focus, Modalmais e Mosaico.

Top 10 baixas 

Sequoia e Infracommerce foram os papéis que mais caíram, com desvalorizações de 98,51% e 97,80% desde a estreia na bolsa até o fechamento de 20/06/2024. 

Em 2024, a Infracommerce já derreteu mais de 80% e a Sequoia acumula uma desvalorização de 53,14%. 

Veja as maiores desvalorizações nessas duas janelas temporais: 

MAIORES DESVALORIZAÇÕES – DESDE O IPO 
até 20/06/2024 
Empresa Ticker Estreia na B3 Retorno 
SEQUOIA LOG SEQL3 07/10/2020 -98,51% 
INFRACOMM ON NM IFCM3 04/05/2021 -97,80% 
ALPHAVILLE ON NM AVLL3 07/12/2020 -95,63% 
AERIS ON NM AERI3 10/11/2020 -95,29% 
DOTZ SA ON NM DOTZ3 31/05/2021 -94,63% 
ESPACOLASER ON NM ESPA3 01/02/2021 -94,15% 
AGROGALAXY ON NM AGXY3 26/07/2021 -93,73% 
TC ON NM TRAD3 28/07/2021 -93,16% 
WESTWING ON NM WEST3 11/02/2021 -93,00% 
KORA SAUDE ON NM KRSA3 13/08/2021 -92,22% 
MAIORES DESVALORIZAÇÕES – 2024 
até 20/06/2024 
Empresa Ticker Retorno 
VIVEO ON NM VVEO3 -85,12% 
INFRACOMM ON NM IFCM3 -82,16% 
AGROGALAXY ON NM AGXY3 -76,79% 
AERIS ON NM AERI3 -71,33% 
ONCOCLINICASON NM ONCO3 -59,29% 
KORA SAUDE ON NM KRSA3 -56,92% 
SEQUOIA LOG ON NM SEQL3 -53,14% 
MATER DEI ON EB NM MATD3 -44,18% 
MITRE REALTYON NM MTRE3 -43,73% 
AMBIPAR ON NM AMBP3 -43,63% 
Ibovespa IBOV -10,24% 

Fonte: Quantum Finance

Top 10 altas 

Por outro lado, algumas empresas vêm colhendo bons frutos com a entrada no mercado de capitais. É o caso da Cury, que subiu 167% desde o seu IPO em setembro de 2020. 

Destaque também para as ações da Caixa Seguridade, com disparada de 87,77%. 

A seguir, disponibilizamos os rankings de maiores valorizações desde a estreia na B3 e no acumulado de 2024. Confira:

MAIORES VALORIZAÇÕES – DESDE O IPO 
até 20/06/2024 
Empresa Ticker Estreia na B3 Retorno 
CURY S.A. ON NM CURY3 21/09/2020 167,00% 
CAIXA SEGURION NM CXSE3 29/04/2021 87,77% 
ORIZON ON NM ORVR3 17/02/2021 65,97% 
NU HOLDINGS LTD ROXO34 09/12/2021 64,80% 
BOA SAFRA ON NM SOJA3 29/04/2021 56,95% 
INTELBRAS ON NM INTB3 04/02/2021 49,73% 
GPS ON NM GGPS3 26/04/2021 49,25% 
PETRORECSA ON NM RECV3 05/05/2021 48,21% 
3R PETROLEUMON NM RRRP3 10/11/2020 24,80% 
VAMOS ON NM VAMO3 29/01/2021 22,19% 
MAIORES VALORIZAÇÕES – 2024 
até 20/06/2024 
Empresa Ticker Retorno 
CLEARSALE ON NM CLSA3 82,13% 
NU HOLDINGS LTD ROXO34 58,12% 
AURA MINERALS INC AURA33 49,46% 
ENJOEI ON NM ENJU3 25,44% 
CBA ON NM CBAV3 25,10% 
D1000VFARMA ON NM DMVF3 17,20% 
BRISANET ON NM BRIT3 15,29% 
CAIXA SEGURION NM CXSE3 15,24% 
CURY S.A. ON NM CURY3 12,25% 
G2D INVESTMENTS LT G2DI33 8,61% 
Ibovespa IBOV -10,24% 

Fonte: Quantum Finance

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