O Irã prometeu nesta terça-feira que vai se vingar de Israel por um ataque aéreo que matou dois de seus principais generais e cinco outros assessores militares no complexo da embaixada iraniana em Damasco, capital da Síria, destacando o risco de uma nova escalada após o incidente sem precedentes.
As tensões têm se espalhado pelo Oriente Médio desde o início da guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas em Gaza; até agora, o Irã tem evitado cuidadosamente o conflito direto com Israel, enquanto apoia aliados que atacam alvos israelenses e norte-americanos.
Israel não assumiu a responsabilidade pelo ataque que destruiu um prédio consular adjacente ao edifício principal da embaixada iraniana no distrito de Mezzeh, em Damasco, na segunda-feira, matando sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana.
Mas uma autoridade do governo israelense, falando à Reuters sob condição de anonimato, disse que os atingidos “estavam por trás de muitos ataques a bens israelenses e norte-americanos e tinham planos para ataques adicionais”.
A embaixada “não era um alvo”, disse a autoridade.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança. “O regime sionista será punido pelas mãos de nossos bravos homens. Faremos com que ele se arrependa desse crime e de outros que cometeu”, disse ele.
Pelo menos um membro do grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, também foi morto no ataque, segundo duas fontes de segurança no Líbano.
Israel tem intensificado uma campanha de anos de ataques aéreos contra alvos iranianos ou de grupos apoiados pelo Irã na Síria desde o início da guerra em Gaza, mas o aparente ataque de segunda-feira foi um dos mais ousados até agora.
As equipes de defesa civil da Síria ainda estavam trabalhando nesta terça-feira para limpar os escombros, enquanto ambulâncias eram estacionadas nas proximidades.
O embaixador do Irã na Síria, Hossein Akbari, que não foi ferido no ataque, disse que o prédio destruído abrigava sua residência. Ele pôde ser visto saindo do prédio principal da embaixada nesta terça-feira com seus seguranças.
“Não tendo conseguido destruir a vontade da frente de resistência, o regime sionista colocou os assassinatos cegos de volta em sua agenda para se salvar”, disse o presidente iraniano Ebrahim Raisi, referindo-se aos aliados do Irã no “Eixo de Resistência”.
“(Israel) deve saber que nunca atingirá seus objetivos e que esse crime covarde não ficará sem resposta”, afirmou Raisi.
Israel normalmente não discute os ataques de suas forças na Síria. Questionado sobre o incidente, um porta-voz militar israelense disse: “Não comentamos as reportagens da imprensa estrangeira”.