A análise dos resultados do terceiro trimestre de 2024 do IRB Brasil (IRBR3), realizada pelo BTG Pactual (BPAC11) e pelo Safra, revela um avanço significativo na lucratividade, apesar de certos desafios persistentes. A empresa reportou um lucro líquido de R$ 116 milhões, um aumento de 78% em relação ao trimestre anterior e 143% sobre o mesmo período do ano passado.
No entanto, uma parte desse resultado positivo deve-se à venda de um terreno no Rio de Janeiro, que gerou um ganho não recorrente de R$ 37 milhões. Ajustando para esse efeito, o lucro teria sido de R$ 91 milhões, ligeiramente abaixo das expectativas do Safra.
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De acordo com o BTG Pactual, o IRB mostrou um retorno sobre o patrimônio (ROE) de 10%, acima das previsões, e evidenciou uma melhoria contínua nos resultados.
O foco da empresa permanece na rentabilidade em detrimento de um crescimento acelerado, com um crescimento modesto das receitas, ainda abaixo da meta de 10% a 15%.
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Essa estratégia inclui a renovação de contratos a preços mais favoráveis, mantendo o índice combinado próximo de 100% nos últimos 12 meses, apesar dos impactos relacionados a eventos climáticos no Rio Grande do Sul.
Um dos pontos de destaque nos resultados foi o crescimento de 10% dos prêmios emitidos em comparação ao ano anterior, totalizando R$ 2,2 bilhões. Esse crescimento foi impulsionado pelo mercado local, que representa 80% dos prêmios da companhia, enquanto as operações internacionais cresceram 27%.
A exposição do IRB a contratos de seguros patrimoniais (P&C) também aumentou 63% em relação ao ano passado, um reflexo da diversificação da empresa para equilibrar riscos e expandir sua presença em diferentes segmentos de seguros.
No entanto, a análise do Safra aponta que, embora o índice combinado tenha melhorado para 102,9%, ele ainda está acima da meta de 95% estabelecida pela empresa como sustentável no longo prazo.
Seguros
O índice de sinistralidade, um dos principais indicadores de saúde financeira no setor de seguros, ficou em 67,9%, uma queda de 6,1 pontos percentuais em comparação ao mesmo trimestre de 2023. Essa melhoria deve-se, em parte, ao bom desempenho no segmento rural, cuja sinistralidade permanece em níveis historicamente baixos.
O desempenho financeiro do IRB também foi robusto, com os resultados superando as expectativas em 60% e crescendo 18,5% em relação ao trimestre anterior.
Esse avanço foi impulsionado pelo aumento do volume de ativos financeiros e pela alta da taxa Selic, que beneficia os investimentos da empresa. A solvência regulatória do IRB permaneceu estável em 183%, assegurando uma posição de capital confortável para suportar o crescimento futuro.
Ambos os bancos mantêm uma visão positiva sobre o futuro do IRB, com o BTG reiterando a recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 55,00, o que implica um potencial de valorização de cerca de 26,5% em relação ao preço atual.
O Safra, por sua vez, adota uma postura mais cautelosa, com recomendação de “Underperform” e preço-alvo de R$ 45,00, refletindo um potencial mais conservador de 3%.
A perspectiva do BTG destaca a expectativa de que o IRB inicie o pagamento de dividendos no próximo ano, uma vez eliminadas as perdas acumuladas em seu balanço patrimonial.
Já o Safra ressalta que, apesar da melhora nos resultados, é necessário observar se a empresa conseguirá alcançar o índice combinado de 95% de forma sustentável, especialmente em um cenário de aumento de demandas e sinistralidade em algumas áreas de negócios.
No geral, o IRB Brasil continua a se recuperar e a avançar no processo de reestruturação, com foco em uma operação mais rentável e sustentável.
Os resultados do terceiro trimestre de 2024 refletem um progresso consistente, mas indicam que há desafios a serem superados antes que a empresa alcance estabilidade plena em seus índices financeiros e operacionais.