As ações do IRB (IRBR3) “tem espaço para mais”, avaliam os analistas do BTG Pactual em um relatório enviado a clientes após a disparada de quase 31% desta quinta-feira (15).
“No geral, a combinação de nossas estimativas atualizadas e mais altas e a rolagem de nosso preço-alvo em seis meses até meados de 2025 move nosso preço-alvo de R$ 40 para R$ 55”, escreveram os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel.
A recomendação de compra, conferida na quarta-feira após o balanço do segundo trimestre de 2024, foi mantida.
“Não estamos surpresos com o rali massivo de 31% do IRBR3 na sessão de hoje, e acreditamos que há espaço para mais. Sim, não descartamos que nosso relatório de atualização tenha feito sua parte, mas o principal gatilho por trás do grande salto no preço das ações foi o próprio trimestre”, explicam.
O BTG pontua que o IRB é líder em resseguros no Brasil e, apesar de sua recente alta, ainda tem um valor de mercado de “meros” US$ 635 milhões.
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“Além disso, ainda vemos as ações negociadas a um atrativo múltiplo de 6,9 vezes no próximo ano, com base nos lucros/ROE de 2025 que ainda não seriam considerados “níveis recorrentes”, o que significa que vemos espaço para crescimento adicional do ROE nos anos seguintes”, ressaltam os analistas.
Segundo eles, as ações do IRB continuam em queda de 4% no acumulado do ano, em comparação com um grupo de seguros semelhante que subiu 16%, “outro indicador que nos faz acreditar que há espaço para mais”.
Resultados do IRB
Ajudado por reivindicações rurais e imobiliárias anormalmente baixas e por um ganho financeiro cambial, o IRB conseguiu registrar R$ 65 milhões em lucro líquido, apesar de registrar perdas de R$ 257 milhões relacionadas aos eventos extraordinários de enchentes que aconteceram no Rio Grande do Sul em maio.
“Destes R$ 257 milhões, R$ 100 milhões são provisões antecipadas para enfrentar potenciais reivindicações futuras, o que combinado com outras proteções de “retrocessão”, conforme sinalizado pelo VP de Resseguros durante a teleconferência, sugere com alto grau de confiança que seu balanço e resultados futuros estão protegidos de potenciais choques vindos dessa grande catástrofe”, ressalta o BTG.