Bombardeios israelenses mataram 14 palestinos nesta quinta-feira em Khan Younis, em uma área costeira do sul da Faixa de Gaza repleta de pessoas que fugiram de ataques em outras partes do enclave, disseram autoridades do Ministério da Saúde de Gaza.
Entre os mortos estavam nove crianças, afirmou uma autoridade à Reuters.
Não houve comentário imediato dos militares israelenses sobre o ataque, embora tenham relatado separadamente combates e ataques aéreos contra militantes do Hamas na área de Kkan Younis na quinta-feira.
Moradores de Gaza também disseram que aviões e tanques israelenses bombardearam três campos de refugiados no centro do enclave destruído, em ataques mais pesados do que nos dias anteriores.
A ação mais recente ocorre no momento em que a guerra de Israel contra o Hamas se aproxima da marca de três meses, em meio à preocupação internacional de que o conflito esteja se espalhando para além de Gaza, envolvendo a Cisjordânia ocupada por Israel, as forças do Hezbollah na fronteira entre Líbano e Israel e as rotas marítimas do Mar Vermelho.
Os temores aumentaram depois que um ataque de drone na terça-feira matou o vice-líder do Hamas, Saleh al-Arouri, em Beirute, capital do Líbano. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometeu na quarta-feira que sua poderosa milícia xiita apoiada pelo Irã “não pode ficar em silêncio” após o assassinato.
Nasrallah disse que suas forças lutariam até o fim se Israel decidisse estender a guerra ao Líbano, mas não fez ameaças concretas de agir contra Israel em apoio ao seu aliado Hamas.
O porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, recusou-se a comentar quando perguntado sobre o que Israel estava fazendo para se preparar para uma possível resposta do Hezbollah, dizendo apenas: “Estamos concentrados na luta contra o Hamas”.
Desde o início da guerra de Gaza, o Hezbollah tem se envolvido em trocas de disparos quase diárias com Israel através da fronteira sul do Líbano. Mas autoridades dos EUA disseram na quarta-feira que viram poucos sinais de que o Hezbollah estava prestes a aumentar as ações contra Israel.
Israel não confirmou nem negou o assassinato de Arouri, mas prometeu aniquilar o Hamas, que governa Gaza, após o ataque transfronteiriço de 7 de outubro, no qual, segundo Israel, 1.200 pessoas morreram e cerca de 240 foram sequestradas.
Israel desencadeou uma operação terrestre e aérea em Gaza em resposta ao ataque do Hamas, e o número total de mortes palestinas registradas chegou a 22.313 na quarta-feira – quase 1% da população de 2,3 milhões, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
Somando-se à violência na região, duas explosões na quarta-feira mataram quase 100 pessoas durante uma cerimônia em memória do falecido general iraniano Qasem Soleimani em cemitério no sudeste do Irã, onde ele está enterrado. Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, estava indo para o Oriente Médio, incluindo uma parada em Israel, para continuar as “consultas diplomáticas” sobre o conflito Israel-Gaza, disse uma autoridade dos EUA.