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Israel entra em guerra após ataques de foguetes do Hamas

por Reuters
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 Israel anunciou neste sábado que entrou em guerra contra o Hamas depois de afirmar que o grupo islâmico palestino lançou um ataque surpresa de foguetes a partir de Gaza que matou mais de 20 pessoas e feriu centenas de outras.

O governo israelense afirmou que o país está em guerra, com exército confirmando combates com militantes em várias cidades em Israel e em bases militares perto de Gaza. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de direita, prometeu retaliar.

“Nosso inimigo pagará um preço que jamais conheceu”, disse ele. “Estamos em uma guerra e vamos vencê-la.”

Pelo menos 22 israelenses foram mortos no ataque até o momento, informou o serviço de emergência de Israel. Cerca de 545 israelenses ficaram feridos, informou o Ministério da Saúde do país.

O exército israelense disse que respondeu com ataques aéreos em Gaza, onde testemunhas relataram ter ouvido fortes explosões e vários mortos sendo levados para hospitais.

O ataque marcou uma infiltração sem precedentes em Israel, que nos últimos anos promoveu uma campanha de ocupação da Cisjordânia, por um número desconhecido de homens armados do Hamas que cruzaram a Faixa de Gaza. A ofensiva marca o ataque mais pesado para Israel no conflito com os palestinos desde os atentados suicidas da Segunda Intifada, há cerca de duas décadas.

O grupo militante Jihad Islâmica disse que se juntou aos ataques e que mantém vários soldados israelenses em detidos, e as contas do Hamas nas mídias sociais mostraram imagens do que o grupo afirmou serem prisioneiros israelenses sendo levados vivos para Gaza.

As forças armadas israelenses se recusaram a comentar os relatos.

A emissora israelense Reshet 13 TV News disse que militantes estavam mantendo israelenses como reféns na cidade de Ofakim, e que cinco palestinos foram mortos na cidade de Sderot e que suas casas foram incendiadas.

A mídia israelense relatou tiroteios entre grupos de combatentes palestinos e forças de segurança em cidades do sul de Israel. O chefe da polícia israelense disse que há “21 cenas ativas” no sul de Israel.

Em Gaza, as pessoas correram para comprar suprimentos, antecipando os dias de conflito que estão por vir. Algumas evacuaram suas casas e se dirigiram a abrigos.

O comandante militar do Hamas, Mohammad Deif, anunciou o início da operação em uma transmissão na mídia do Hamas, convocando os palestinos de todos os lugares a lutar.

“Este é o dia da maior batalha para acabar com a última ocupação na Terra”, disse ele, acrescentando que 5.000 foguetes foram lançados.

Israel e o Hamas travaram uma guerra de 10 dias em 2021.

“Por favor, envie ajuda”

Falando ao Israel N12 News por telefone de Nir Oz, um kibutz perto de Gaza, uma mulher identificada como Dorin disse que militantes se infiltraram em sua casa e tentaram abrir o abrigo antiaéreo onde ela estava escondida.

“Eles acabaram de entrar novamente, por favor, mandem ajuda”, disse ela. “Há muitas casas danificadas… Meu marido está segurando a porta fechada… Eles estão atirando.”

O Ministro da Defesa de Israel, Gallant, disse que “as tropas estão lutando contra o inimigo em todos os locais” e autorizou a convocação de reservistas.

A mídia israelense informou que homens armados abriram fogo contra pedestres em Sderot, e as imagens que circulam nas mídias sociais parecem mostrar confrontos nas ruas da cidade, bem como homens armados em jipes vagando pela zona rural.

“Disseram-nos que há terroristas dentro do kibutz, podemos ouvir tiros”, disse uma jovem chamada Dvir, de Beeri Kibbutz, à Rádio do Exército de Israel, de seu abrigo antiaéreo.

Cenário de violência crescente

A escalada ocorre em um cenário de violência crescente entre Israel e militantes palestinos na Cisjordânia, que, juntamente com a Faixa de Gaza, faz parte dos territórios onde os palestinos há muito tempo buscam estabelecer um Estado apesar dos esforços contrários de Israel.

Isso também ocorre em um momento de turbulência política em Israel, que tem sido dilacerado por profundas divisões em relação às medidas para reformar o Judiciário, e enquanto Washington trabalha para fechar um acordo que normalizaria os laços entre Israel e a Arábia Saudita.

(Imagem: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa)

O grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, disse que a operação foi uma “resposta decisiva à ocupação contínua de Israel e uma mensagem para aqueles que buscam a normalização de relações com Israel”.

Um assessor do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, parabenizou os combatentes palestinos pelo ataque.

A mídia do Hamas exibiu vídeos do que disse serem corpos de soldados israelenses levados para Gaza por combatentes, e homens armados palestinos dentro de casas israelenses e circulando por uma cidade israelense em jipes que teriam sido levados para Israel pelos atacantes.

A Reuters não conseguiu verificar imediatamente as imagens.

A mídia do Hamas também divulgou vídeo que aparentemente mostra um tanque israelense destruído.

Em Gaza, o rugido dos lançamentos de foguetes podia ser ouvido e os residentes relataram confrontos armados ao longo da cerca de separação com Israel, perto da cidade de Khan Younis, ao sul, e disseram ter visto um movimento significativo de combatentes armados.

Os palestinos em Gaza estavam se preparando para a resposta de Israel.

“Estamos com medo”, disse uma mulher palestina, Amal Abu Daqqa, à Reuters, ao sair de sua casa em Khan Younis.

Outros em Gaza expressaram descrença na infiltração em Israel. “É como um sonho. Ainda não consigo acreditar”, disse um comerciante de Gaza.

O ataque ocorreu um dia depois que Israel comemorou o 50º aniversário da guerra de 1973, que levou o país à beira de uma derrota em um ataque surpresa da Síria e do Egito.

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