Cidadãos israelenses disseram nesta quarta-feira que o Exército de seu país não deveria recuar em sua ofensiva implacável para acabar com o Hamas, apesar do pedido de cessar-fogo da Assembleia Geral da ONU e da lista crescente de baixas de tropas e do número cada vez maior de mortos palestinos em Gaza.
As Forças de Defesa de Israel sofreram um dos dias mais mortais na guerra de Gaza, que já dura dois meses, na terça-feira, com um coronel entre os 10 soldados mortos no dia, elevando o número de mortos para 115 quase o dobro do número de mortos durante confrontos no enclave costeiro há nove anos.
E com grande parte do enclave devastado, condições terríveis e mais de 18.500 palestinos mortos nos ataques aéreos e terrestres do Exército israelense, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o bombardeio “indiscriminado” de civis de Gaza estava custando o apoio internacional de Israel.
Mas seis israelenses que falaram com a Reuters nesta quarta-feira disseram que agora não é o momento de recuar, independentemente da crescente simpatia global refletida na resolução da ONU de terça-feira.
As pesquisas das últimas semanas mostram um apoio esmagador à guerra, apesar dos custos crescentes.
O assassinato de cerca de 1.200 pessoas pelo Hamas, a maioria delas civis, em 7 de outubro, reviveu algo que Israel já havia sentido quando os árabes realizaram um ataque surpresa em 1973 temores de que seus vizinhos e inimigos pudessem acabar com a nação judaica de uma vez por todas, disse a cientista política Tamar Hermann.
“A sensação do povo é que isto é uma ameaça à própria existência de Israel”, disse Hermann, do Instituto de Democracia de Israel, que realiza regularmente pesquisas de opinião sobre a guerra. Ela disse que as pessoas estavam preparadas para mais mortes de soldados.