Topo Flávio Augusto Desk 2
Home Política Joaquim Levy e os Desafios de Reorganizar a Economia Brasileira

Joaquim Levy e os Desafios de Reorganizar a Economia Brasileira

por Alvaro Bandeira
Joaquim Levy e os Desafios de Reorganizar a Economia Brasileira

“Não adianta chorar sobre o leite derramado”, assim diz o dito popular. Nessa altura dos acontecimentos, o ministro Joaquim Levy pode estar se lamentando de algumas decisões tomadas, já que a situação herdada parece ser bem pior do que supunha. Mesmo o anúncio modesto de que fará superávit primário de 1,2% do PIB em 2015 parece correr perigo e é de difícil execução.

Flávio Augusto Quadrado 2

Essa meta foi anunciada antes de tomar pé completamente da situação da economia, mas Levy segue repetindo esse mantra, como quem quer se convencer da possibilidade de atingimento. Ocorre que a gestão imprudente da Fazenda e do Tesouro deixou uma herança maldita para a equipe econômica, que em algum momento terá que vir a público. A equipe parece estar tendo problemas para limpar as manobras contábeis ocorridas na virada do ano de 2015, na gestão de Guido Mantega e Arno Augustin.

Levy disse que os gestores anteriores deram uma “escorregadinha” de 6,7% do PIB no déficit fiscal e que isso é insustentável. Mas também disse que não há nada problemático na economia, e complementamos que isso pode ser verdade, desde que a presidente, seus 39 ministros e o Congresso Nacional acatem as mudanças de rumo e restrições impostas. Isso não será fácil.

Levy, ademais, disse aos parlamentares em encontro que os cortes podem montar a R$ 80 bilhões, preparando as discussões que ocorrerão a partir dessa semana. Ocorre que as previsões foram feitas quando ainda se esperava crescimento da economia em 2015, situação que periga não acontecer com o Brasil fazendo dois anos de recessão seguida (2014 e 2015). Também não esperava que a arrecadação de janeiro de 2015 ficasse praticamente idêntica à de igual período do ano anterior.

Há ainda que dar um fim à herança maldita de restos a pagar, a tal pedalada de final de ano, com passivo muito maior que o esperado. Os pagamentos empurrados para 2015 podem chegar a R$ 34 bilhões, somente no programa do BNDES do PSI (Programa de Sustentação de Investimentos). A conta vai além, com os economistas se debruçando nos dados do SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira) e os subsídios devidos e não pagos podem chegar a algo como R$ 51 bilhões, representando 1,0% do PIB.

Apesar de tudo isso, o ministro Joaquim Levy, tirando a eventual frustração de não conseguir realizar seu trabalho, terá duas alternativas: fazer as mudanças e ser agraciado com os louros de reorganizar a economia, ou deixar toda culpa para o primeiro governo da presidente Dilma e a inação de seu segundo mandato.

Flávio Augusto Quadrado 2

O mercado financeiro que antecipa sistematicamente situações já percebeu tudo isso. A curva de juros longa que deveria estar caindo tem se mantido elevada, o dólar segue em alta por semanas e a Bovespa patina, enquanto os mercados no exterior incorporam sucessivos recordes.

Esse movimento nos mercados pode ser uma boa oportunidade para você alcançar altos retornos. Sugiro conhecer a seleção de fundos de investimento da Órama que reúne produtos dos melhores gestores de recursos do mercado. Obrigado e até a próxima!

Nota: Esta coluna é mantida pela Órama, que contribui para que os leitores do Dinheirama possam ter acesso a conteúdo gratuito de qualidade.

Dinheirama

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.

© 2024 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.