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Home Economia e Política Juro mais alto por mais tempo no exterior traz dificuldade para queda da taxa no Brasil, diz Campos Neto

Juro mais alto por mais tempo no exterior traz dificuldade para queda da taxa no Brasil, diz Campos Neto

"É óbvio que se você tem um juro mais alto no mundo, esse processo de queda de juros, ele tem uma maior dificuldade, porque ele compete por recursos de países desenvolvidos pagando um juro mais alto", disse Campos Neto

por Reuters
3 min leitura
(Imagem: Reprodução/Pedro França/Agência Senado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira que a manutenção de juros elevados por mais tempo no exterior traz maior dificuldade para o processo de queda da Selic no Brasil e apontou que o país precisa fazer sua “lição de casa” para evitar ser afetado por problemas de liquidez, apontando os gastos estruturais como uma questão a ser tratada.

“É óbvio que se você tem um juro mais alto no mundo, esse processo de queda de juros, ele tem uma maior dificuldade, porque ele compete por recursos de países desenvolvidos pagando um juro mais alto”, disse Campos Neto durante café da manhã com parlamentares da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, em Brasília.

“O mundo emergente vai ter menos liquidez disponível cumulativamente, isso vai ter um impacto maior a partir do início de 2024. Significa que o mundo emergente tem que fazer melhor o dever de casa. O Brasil é um país emergente e a gente vai precisar fazer melhor o dever de casa, porque se não o problema de liquidez vai afetar o Brasil de uma forma diferente do que afetava no passado”, disse.

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O presidente da autoridade monetária elogiou ainda o arcabouço fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e aprovado pelo Congresso Nacional, ao mesmo tempo em que defendeu que ruídos em torno das metas podem trazer custos de credibilidade.

Em um momento em que há setores do governo que defendem rever a meta de zerar o déficit primário no ano que vem, Campos Neto disse que é preciso “perseverar” no arcabouço fiscal.

“Gerar ruídos em relação a metas ou fazer uma meta e depois desacreditar a meta tem um custo de credibilidade muito grande”, disse Campos Neto.

Em que pese os elogios que fez ao arcabouço, o presidente do BC reafirmou que a questão dos gastos no Brasil é um problema estrutural de longo prazo que deve ser tratado.

Campos Neto
(Imagem: Raphael Ribeiro/BCB)

“Se a gente não endereçar esse problema do gasto estrutural brasileiro, a gente vai ter uma dívida que vai se distanciar em termos de convergência das dívidas de outros países emergentes e em alguma hora isso vai se transformar em um custo de financiamento mais caro.”

Campos Neto reconheceu que a taxa de juros brasileira é alta, mas disse que ela está no patamar necessário para a estabilização do processo inflacionário. Ele reafirmou que a inflação está caminhando para dentro da banda da meta do BC, mas que ainda há trabalho a ser feito, ponderado ainda haver espaço para seguir reduzindo a taxa de juros sem que isso impacte na taxa de câmbio.

A volatilidade dos preços globais dos alimentos tende a ser grande daqui para frente, disse o presidente do BC, citando os efeitos de desastres naturais sobre a produção. Sobre a trajetória futura dos preços do petróleo, ele disse que há incerteza em meio aos conflitos geopolíticos, mas ponderou que, até o momento, o mercado da commodity “resistiu bem” às tensões.

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