Os juros futuros avançam nesta sexta-feira, 13, com mais força até o miolo da curva, em meio a máximas dos rendimentos dos Treasuries. Além disso, o IBC-Br subiu 0,14% em outubro, na margem, superando a mediana das estimativas de analistas de estabilidade, o que é fator para pressionar as taxas mais curtas
O movimento se dá apesar do recuo do dólar ante o real. O dado vem após números mais robustos do varejo e serviços desta semana, o que corrobora a estratégia de altas mais agressivas da Selic em meio ainda ao risco fiscal.
Às 9h10 desta sexta, a taxa de depósito interfinceiro (DI) para janeiro de 2026 subia para 14,890%, de 14,664% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 avançava para 14,830%, de 14,713%, e o para janeiro de 2029 ia para 14,260%, de 14,203%.
IBC-Br
A economia brasileira cresceu 0,14% em outubro, na comparação com setembro, segundo a série com ajuste sazonal do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O resultado foi maior do que a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava variação zero para o indicador. As estimativas iam de -0,40% a 0,74%.
“O número consolida a visão de início forte do quarto trimestre de 2024, principalmente pelo consumo das famílias, que segue aquecido pela elevação de renda do trabalho e um crédito ainda robusto, mesmo diante da elevação das taxas de juros. Os PMIs de novembro sugerem continuidade do momentum positivo, mas em menor intensidade”, explica Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.
Segundo ele, os números levam a uma revisão da projeção para o PIB de 2024 de 3,2% para 3,5%. “O começo de 2025 deve ser bom também, a projeção de safra do IBGE está forte e vamos ter reajustes de salário mínimo, o que deve manter o consumo forte. Copom vai ter um trabalhão para segurar as expectativas”, opina.
O índice subiu de 154,2 para 154,4 pontos no período e atingiu o maior nível da série histórica. O BC revisou os resultados de setembro (0,84% para 0,88%), agosto (0,24% para 0,30%) e julho (-0,33% para -0,31%). Com isso, o crescimento do IBC-Br no terceiro trimestre ante o segundo foi revisto de 1,12% para 1,23%.
Índice de atividade do Banco Central
jan-24 | 141,5 | 148,5 |
fev-24 | 145,7 | 149,7 |
mar-24 | 156,1 | 149,4 |
abr-24 | 155,6 | 150,1 |
mai-24 | 149,2 | 150,8 |
jun-24 | 150,9 | 152,8 |
jul-24 | 159,0 | 152,4 |
ago-24 | 156,9 | 152,8 |
set-24 | 153,0 | 154,2 |
out-24 | 156,0 | 154,4 |
Variação % | ||
No mês (m/m-1) | 0,1 | |
No mês (m/m-12) | 7,3 | |
No trimestre (t/t-1) | 1,2 | |
No trimestre (t/t-4) | 5,4 | |
No ano | 3,7 | |
Em 12 meses | 3,4 |
Na comparação com outubro de 2023, o IBC-Br cresceu 7,31% na série sem ajuste sazonal – mais próximo do teto (7,60%) do que da mediana (6,60%) da pesquisa Projeções Broadcast. O índice chegou aos 156,0 pontos, o quinto maior nível da série histórica, atrás apenas de julho, março e agosto de 2024 e de março de 2023.
Como de costume na divulgação de outubro, realizada após a publicação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, houve revisões do IBC-Br na série sem ajuste. O crescimento do índice no terceiro trimestre, frente ao mesmo período de 2023, foi revisado de 4,70% para 4,84%.
(Com Estadão Conteúdo)