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Juros futuros seguem Copom e precificam novo corte em 0,5

Curva de juros precifica 86% de chances de o Copom cortar a Selic em 0,50 ponto percentual em setembro, contra apenas 14% de baixa de 0,75

por Reuters
3 min leitura
Mercados 56

A curva a termo brasileira passou por forte ajuste nesta quinta-feira, com as taxas dos contratos futuros de juros de curto prazo encerrando o dia com baixa firme, após o Copom contrariar boa parte do mercado e cortar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual na véspera.

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Entre os vencimentos mais longos, as taxas tiveram leves altas, em sintonia com o avanço firme dos rendimentos dos Treasuries no exterior.

Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou corte de meio ponto percentual da taxa básica Selic, para 13,25% ao ano. Além disso, sinalizou a intenção de promover novos cortes de 0,50 ponto percentual em suas próximas reuniões. A decisão foi dividida, em 5 votos a 4.

O corte de meio ponto percentual contrariou boa parte do mercado, que precificava de forma majoritária corte de apenas 0,25 ponto percentual. Na noite de quarta-feira, analistas ouvidos pela Reuters já haviam afirmado que, com a decisão do Copom, a parte curta da curva a termo passaria por ajustes de baixa nesta quinta-feira.

“Os contratos mais curtos estão reagindo à decisão, uma vez que havia uma dúvida no mercado sobre o tamanho do corte. Ontem (quarta-feira), quando olhávamos para as opções de Copom, elas estavam mostrando 60% de chances de corte de 25 pontos-base”, afirmou o economista Rafael Pacheco, da Guide Investimentos.

Os ajustes de baixa nesta quarta-feira foram vistos até o contrato para janeiro de 2026, com a curva precificando, inclusive, mais cortes de 0,50 ponto percentual, como indicado pelo Copom.

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Para alguns analistas, o colegiado sinalizou mais cortes de meio ponto nos próximos encontros para coibir apostas de reduções maiores, de 0,75 ponto percentual.

“Acreditamos que os diretores que votaram por iniciar com corte de 25 pontos-base o fizeram porque queriam evitar precificações de cortes mais agressivos, na ideia de que uma decisão unânime por iniciar o ciclo com corte de 50 pontos-base levaria o mercado a apostar em cortes maiores nas próximas reuniões”, disse o economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, em comentário enviado a clientes.

Chances

O fato é que, com a decisão e as sinalizações, a curva de juros precificava no fim da tarde desta quinta-feira 86% de chances de o Copom cortar a Selic em 0,50 ponto percentual em setembro, contra apenas 14% de probabilidade de baixa de 0,75 ponto percentual.

Durante a tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à GloboNews que o corte de 0,5 ponto percentual da Selic começa a “impactar algumas coisas”, como decisões de investimento. Ao mesmo tempo, afirmou que não vê como estimular a economia pelo lado fiscal, mas sim pelo lado monetário.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 12,46%, ante 12,646% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,49%, ante 10,676% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2026 estava em 9,985%, ante 10,047% do ajuste anterior.

Entre os vencimentos mais longos, no entanto, a influência maior vinha do exterior. A alta firme dos rendimentos dos Treasuries, cujos vencimentos de 30 anos atingiram as máximas em nove meses, colocaram as taxas futuras mais longas também em alta no Brasil.

A taxa para janeiro de 2027 estava em 10,13%, ante 10,087%. Já a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,41%, ante 10,305% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2029 estava em 10,61%, ante 10,457%.

Às 16:38 (de Brasília), o rendimento do Treasury de 30 anos subia 14,20 pontos-base, a 4,3072%.

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