A Justiça da Argentina suspendeu nesta quarta-feira a reforma trabalhista incluída em um decreto abrangente que o presidente Javier Milei assinou há duas semanas, após uma ação apresentada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a mais importante confederação sindical do país.
O decreto, que é composto por mais de 300 medidas destinadas a desregulamentar a economia, revoga e modifica leis relacionadas à atividade trabalhista, como contratos de trabalho, causas de demissão e indenização por demissão, entre outras questões.
A CGT tem se oposto ferozmente ao texto desde a publicação do decreto e, após a apresentação de um projeto de lei alinhado com a postura ultraliberal de Milei que assumiu o cargo em 10 de dezembro anunciou uma greve nacional para o final de janeiro.
A juíza Andrea García Vior, da Câmara Nacional de Recursos Trabalhistas, concedeu uma medida cautelar “suspendendo a aplicabilidade das disposições” sobre o trabalho do decreto do libertário Milei.
A decisão pode ser objeto de recurso por parte do governo.
A CGT disse em comunicado que a “decisão judicial coloca um freio na reforma trabalhista regressiva e antitrabalhista”.
O decreto de Milei está em vigor, embora possa ser revogado pelo Congresso Nacional se for rejeitado por ambas as câmaras. O decreto e um amplo projeto de lei do governo geraram muitas críticas ao partido governista, que está longe de ter maioria tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado.
Embora o Congresso argentino normalmente esteja fechado para o recesso de verão nessa época do ano, Milei convocou sessões extraordinárias até o final do mês para tratar do projeto de lei enviado pelo governo.