A vice-presidente e provável candidata do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, entrevistará neste domingo em sua casa em Washington três dos principais candidatos a ocuparem o posto de vice em sua chapa, o governador de Minnesota, Tim Walz; o senador Mark Kelly, do Arizona, e o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, antes de tomar uma decisão final sobre quem será seu companheiro de chapa.
A expectativa é que Harris anuncie sua escolha já na segunda-feira, antes de sua primeira aparição pública com o novo candidato à Vice-Presidência na terça-feira, na Filadélfia, segundo a Reuters noticiou em primeira mão. A campanha de Kamala também está planejando um anúncio nas redes sociais, disseram à Reuters autoridades familiarizadas com os preparativos.
Kamala se reuniu com sua equipe no sábado, incluindo o ex-procurador-geral Eric Holder, cujo escritório de advocacia Covington & Burling LLP examinou as finanças e o histórico dos possíveis candidatos a vice. Holder e seu escritório fizeram apresentações detalhadas sobre cada um dos finalistas, de acordo com fontes familiarizadas com o processo.
Ela se reuniu com o secretário de Transportes, Pete Buttigieg, por 90 minutos na sexta-feira.
A escolha de um companheiro de chapa é uma das decisões mais importantes da carreira política de Kamala, já que ela está montando às pressas uma campanha para desafiar Donald Trump na eleição do dia 5 de novembro, depois que o presidente Joe Biden desistiu da disputa no mês passado.
Sua lista de candidatos inclui homens brancos com um histórico de conquista de eleitores brancos, independentes ou de regiões rurais.
A decisão de Kamala também vai influenciar a direção futura do Partido Democrata, elevando o candidato escolhido como um nome forte para futuras disputas presidenciais.
Shapiro, um dos principais candidatos, enfrentou duras críticas da esquerda, especialmente de grupos progressistas e ativistas pró-palestinos, por causa de seu apoio a Israel e pela forma como lidou com os protestos universitários provocados pela guerra em Gaza.
“Deve haver uma correção política em Gaza e deve haver uma agenda política pró-classe trabalhadora, incluindo uma agenda para os negros”, disse Nina Turner, copresidente da campanha de Bernie Sanders em 2020 e membro do Observatório de Raça, Poder e Economia Política, um grupo de pesquisa progressista. “Escolher o governador Shapiro como companheiro de chapa corre o risco de fechar essa porta.”
A maneira com a qual ele lidou com uma queixa de assédio sexual contra um assessor de longa data também foi questionada, e grupos trabalhistas, incluindo o sindicato United Auto Workers (UAW), que recentemente declarou apoio a Kamala para presidente, criticaram Shapiro pela intenção de expandir os programas de vouchers que permitem que o dinheiro oriundo dos impostos possa ser destinado a escolas particulares.
Alguns grupos trabalhistas também criticaram Kelly por se opor a uma proposta de legislação que, segundo eles, estimularia a organização sindical.
Shawn Fain, presidente do UAW, disse que, apesar de apoiar Kamala, seu sindicato de 370.000 membros não está apoiando Kelly ou Shapiro como candidato a vice.
Walz se tornou o favorito dos progressistas e dos grupos de jovens que gostam de seus ataques a Trump.
Aos 60 anos, Walz é apenas um ano mais velho do que Kamala, mas os críticos dizem que ele parece muito mais velho, o que pode ser uma desvantagem para uma campanha que está se recuperando da saída de Biden devido a preocupações com sua idade.
Walz respondeu a essas críticas na rede social X dizendo que sua aparência se deve ao fato de ter sido professor do ensino médio e “ter supervisionado o refeitório por 20 anos. Você não sai desse trabalho com a cabeça cheia de cabelo. Confie em mim”.