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Kashkari: fraqueza no trabalho pode levar a corte de juros em setembro

Kashkari disse não estar convencido de que as atuais taxas de juro do Fed sejam tão restritivas quanto alguns observadores acreditam

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Federal Reserve

O presidente do Federal Reserve (Fed) de Minneapolis, Neel Kashkari, sinalizou que estaria aberto a reduzir taxas de juros na próxima reunião do banco central dos EUA devido à crescente possibilidade de que o mercado de trabalho se enfraqueça demais. “O equilíbrio dos riscos mudou, então é apropriado o debate sobre um possível corte das taxas em setembro”, disse Kashkari em entrevista, na sexta-feira (16).

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Em junho, Kashkari havia declarado que um corte nas taxas poderia não ser justificável até o final do ano. Mas o aumento da taxa de desemprego dos EUA, para 4,3% em julho, ante 3,7% no começo do ano, sugere riscos maiores de um esfriamento indesejável.

“Se não estivéssemos vendo sinais de que o mercado de trabalho esta se enfraquecendo, se a taxa de desemprego ainda estivesse na faixa dos 3,7% a 3,8%, acho que sequer estaria discutindo: ‘Agora é a hora de cortar as taxas?'”, disse Kashkari. Em vez disso, a conversa mudou porque “há progresso na inflação e o mercado de trabalho vem apresentando alguns sinais preocupantes”, ressaltou ele.

Ainda assim, Kashkari disse não ver qualquer motivo para baixar as taxas de juro em ritmo maior do que 25 pontos-base por reunião, uma vez que os níveis de demissões seguem baixos e os pedidos de auxílio-desemprego não sugerem uma deterioração marcante.

Sem evidências do tipo, “provavelmente estarei na turma do ‘vamos adotar uma abordagem mais ponderada porque não sabemos qual será nosso destino”, disse Kashkari. “Se víssemos uma deterioração mais rápida no mercado de trabalho, isso me diria: ‘Bem, precisamos fazer mais, rapidamente, para apoiar o mercado de trabalho, mesmo que haja incertezas sobre qual será nosso destino final”, acrescentou.

Até 2022, quando a inflação atingiu máximas em quatro décadas, Kashkari era um dos dirigentes mais dovish (favorável à manutenção de estímulos) do Fed, muito mais preocupado com o mercado de trabalho do que com a inflação. Desde então, ele tem sido uma das autoridades mais hawkish (contrário à concessão de estímulos), demonstrando preocupação bem maior sobre riscos de inflação.

Kashkari disse não estar convencido de que as atuais taxas de juro do Fed sejam tão restritivas quanto alguns observadores acreditam, e apontou como provas disso o baixo nível de demissões a resiliência do setor imobiliário.

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“Ainda não tenho certeza de quão restritiva é a política (do Fed), mas o equilíbrio de riscos, na minha visão, mudou mais para o mercado de trabalho e se afastou do lado da inflação de nosso duplo mandato”, disse Kashkari.

Fonte: Dow Jones Newswires

(Com Conteúdo Estadão)

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