O BTG Pactual publicou um relatório nesta terça-feira (10) detalhado sobre as perspectivas para as ações da Klabin (KLBN11), reafirmando sua recomendação de compra. O banco destaca o momento de transição da companhia, que prioriza geração de caixa livre e eficiência operacional, ao mesmo tempo que sinaliza cautela em novos investimentos e aquisições.
Com previsão de um rendimento de dividendos atrativo de 8 a 9% sobre o fluxo de caixa livre em 2025, o relatório projeta um potencial de valorização de 28,3% no preço das ações, com o preço-alvo de R$ 30.
Durante o Investor Day da Klabin, realizado no projeto Figueira nesta terça-feira, o BTG observou de perto a execução estratégica da companhia.
A gestão enfatizou a busca por maximização de valor ao acionista por meio de disciplina na alocação de capital e foco em retornos superiores. A política de desalavancagem, com meta de alavancagem máxima de 3,9 vezes, reflete o compromisso com uma postura mais conservadora. Além disso, a empresa apontou a expectativa de um retorno nominal de 20% para novos projetos, garantindo competitividade frente a alternativas como recompra de ações.
Crescimento na produção
Entre os destaques operacionais, a Klabin espera um incremento significativo de 200 mil toneladas na produção de 2025, impulsionado pelo ramp-up das máquinas MP27 e MP28, maior eficiência em fábricas e normalização de operações impactadas em 2024. A gestão também sinalizou reduções de custos com sinergias do projeto Caeté e maior escala de produção. Contudo, pressões como aumento nos custos de transporte e preços elevados de papel reciclado podem limitar essas melhorias.
O mercado global de celulose, embora ainda desafiador, apresenta sinais de recuperação. A demanda chinesa surpreendeu positivamente, enquanto a europeia segue mais lenta. Para a celulose de fibra longa, a Klabin mantém uma posição estratégica, aproveitando uma retração global de capacidade de produção. Já para a celulose de fibra curta, os preços estabilizaram em níveis próximos ao piso do mercado.
Outro ponto positivo é a integração verticalizada da Klabin, com receitas balanceadas entre celulose, papel e embalagens. Essa estrutura diversificada não apenas garante maior estabilidade financeira, mas também reforça a posição da empresa como produtora de baixo custo no setor. O relatório do BTG ressalta que esse modelo integrado contribui diretamente para o retorno sobre capital investido (ROIC), projetado para alcançar 13,2% até 2026.
Com base na execução consistente de projetos, visão estratégica de longo prazo e recuperação gradual dos mercados globais, o BTG Pactual acredita que a Klabin está bem posicionada para capturar oportunidades futuras. A recomendação de compra reflete tanto o potencial de valorização das ações quanto o alinhamento da companhia às expectativas dos investidores.