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Kora Saúde cresce em oncologia, mas custos desafiam lucro

A receita líquida da companhia foi de R$ 564 milhões, uma queda de 2,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior

por André Torres
3 min leitura
Kora Saúde

A análise do Itaú BBA sobre os resultados do terceiro trimestre de 2024 da Kora Saúde (KRSA3) apontou um desempenho misto, com crescimento significativo na área de oncologia, mas desafios em outras frentes, como redução no número de leitos operacionais e pressão sobre margens devido ao aumento dos custos de materiais e medicamentos.

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A receita líquida da companhia foi de R$ 564 milhões, uma queda de 2,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior, ficando 5,1% abaixo das projeções do Itaú BBA.

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O Itaú BBA destacou que a diminuição na receita se deveu, em grande parte, à redução de 70 leitos operacionais, uma medida tomada pela Kora Saúde para otimizar a eficiência, juntamente com a queda de 1,7 ponto percentual na taxa de ocupação, que encerrou o trimestre em 75,9%.

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Esse ajuste, somado a uma desaceleração sazonal na demanda, impactou diretamente o desempenho financeiro da companhia.

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O valor médio por dia de paciente, excluindo a área de oncologia, manteve-se estável em R$ 4.766, indicando a estratégia da Kora em fortalecer parcerias com operadoras de saúde e expandir procedimentos de alta complexidade.

Um dos pontos positivos foi o desempenho do segmento de oncologia, que teve um aumento de 56% na receita líquida em relação ao ano anterior.

Esse crescimento expressivo reforça o foco da Kora Saúde em atender a uma demanda crescente por serviços especializados em tratamento de câncer, uma área de alto valor agregado e menos afetada por oscilações sazonais.

O Itaú BBA considera essa expansão estratégica, já que o setor de oncologia apresenta margens mais robustas e contribui para diversificar as fontes de receita da empresa.

Apesar do crescimento na oncologia, a Kora Saúde enfrentou uma contração de 0,7 ponto percentual na margem bruta, que caiu para 18,2% devido ao aumento dos custos de materiais e medicamentos, resultado do uso de fármacos de maior custo para atender casos complexos.

Além disso, as despesas com pessoal aumentaram, impactando a margem EBITDA ajustada, que ficou em 20,7%, uma redução de 2,1 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre de 2023.

O ebitda ajustado totalizou R$ 117 milhões, 3,1% abaixo das estimativas do Itaú BBA.

Outro ponto de atenção foi o aumento da dívida líquida da Kora Saúde, que cresceu R$ 28 milhões em relação ao trimestre anterior, totalizando um valor significativo no balanço.

Resultado

O resultado financeiro, embora tenha mostrado melhora, não foi suficiente para evitar um prejuízo líquido de R$ 12 milhões no trimestre.

O Itaú BBA destacou que, embora a companhia tenha adotado medidas para mitigar o impacto de seus custos elevados, o cenário econômico e o aumento dos custos de insumos ainda são obstáculos para alcançar uma rentabilidade sólida.

O Itaú BBA manteve sua classificação “Market Perform” para as ações da Kora Saúde, indicando que o desempenho da empresa deverá se manter em linha com o mercado no médio prazo.

A recomendação reflete a visão cautelosa do banco, que vê o potencial de crescimento na oncologia como um ponto positivo, mas alerta para a necessidade de melhoria operacional em outras áreas para reduzir custos e melhorar as margens de forma sustentável.

Com um preço-alvo de R$ 5,00 para o final de 2025, o Itaú BBA sugere um potencial de desvalorização em relação ao preço atual das ações, que estavam cotadas a R$ 6,30 no momento da análise.

Kora Saúde
(Imagem: Site Kora Saúde)

Segundo o Itaú, o desafio para a Kora Saúde será equilibrar a expansão do setor de oncologia com a eficiência operacional e a redução da dívida, enquanto enfrenta pressões de custos que impactam diretamente a rentabilidade.

No geral, o terceiro trimestre de 2024 para a Kora Saúde refletiu uma performance dividida entre oportunidades de expansão no setor de oncologia e a necessidade de ajustes operacionais em outras frentes.

A expectativa é que a empresa continue focando na expansão de serviços de alta complexidade e no fortalecimento de parcerias estratégicas, mas os analistas alertam para o impacto dos custos elevados no futuro próximo, que exigem uma gestão financeira rigorosa para garantir a viabilidade da expansão e a sustentabilidade da empresa.

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