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Livro: O Homem Mais Rico Da Babilônia

por Conrado Navarro
3 min leitura

Livro - O Homem Mais Rico da BabilôniaTítulo do livro: O Homem Mais Rico da Babilônia
Autor: George S. Clason
Editora: Ediouro
Páginas: 160

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O livro faz uso de parábolas baseadas na antiga Babilônia para ilustrar importantes conceitos de educação financeira e de negociação. Os textos foram escritos nas décadas de 30, 40 e 50 e, ainda assim, o livro aparece constantemente na lista dos mais vendidos. Esse fato impressiona e prova que ainda existem pessoas descrentes da necessidade de exercitar um planejamento financeiro adequado. Clason usa diálogos simples, em histórias envolventes, para demonstrar como pessoas comuns foram capazes de erguer uma das mais ricas civilizações da Terra.

Não se trata de história
Eu sou daqueles que adora viajar através de livros e palavras de grandes historiadores, mas não é esse o caso aqui. O autor faz uso de palavras e concepções cientificamente comprovadas para nos transportar ao mundo dos negócios, da capacidade de acúmulo de riqueza e de uso coerente da inteligência financeira. E faz isso muito bem.

O ouro, a prata e o cobre
Esqueça o real, o dólar ou o euro. Clason nos transporta ao tempo das trocas e escambos, onde ouro, prata e cobre eram as únicas formas de representação financeira, de status e de poder. A analogia facilita bastante a assimilação dos conceitos, transportando contas matemáticas ao simples universo das “duas moedas de ouro e uma de prata por aquele rebanho”.

Viver sem arriscar
As histórias foram criadas para pessoas sem nenhum contato com o mundo financeiro e, neste sentido, cumprem bem o seu papel. No entanto, a ausência de (pequenos) modelos de risco me deixou um pouco frustrado. Passagens cobertas de diálogos arriscados sempre acabam mal, demonstrando que a melhor escolha de investimento deve ser a mais segura possível. Não é.

No entanto, se considerarmos que durante (e depois) da Segunda Guerra, os EUA passaram por uma escassez de dinheiro e fizeram massivas campanhas para que os cidadãos comprassem seus papéis (títulos públicos), fica fácil entender a razão da estratégia do autor.

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Raciocínios fundamentais
O livro é muito rico em lições práticas e de cunho prático, o que eleva bastante sua utilidade para o grando público ainda incapaz de gerenciar suas finanças. Sete soluções para a falta de dinheiro são apresentadas:

  • Comece a fazer seu dinheiro crescer;
  • Controle seus gastos;
  • Multiplique seus rendimentos;
  • Proteja seu tesouro contra a perda;
  • Faça do lar um investimento lucrativo;
  • Assegure uma renda para o futuro;
  • Aumente sua capacidade para ganhar;

Além de tratar resumidamente da consciência financeira, através dos pontos citados, Clason transfere a responsabilidade da riqueza ao leitor, através de metáforas babilônicas aqui resumidas por mim:

I. O ouro vem numa quantidade crescente para aquele que separa não menos de um décimo de seus ganhos para preparar-se para o futuro;
II. O ouro trabalha para o homem que, possuindo-o, encontra para ele um emprego lucrativo;
III. O ouro busca a proteção do proprietário que o investe de acordo com os conselhos de homens mais experientes;
IV. O ouro foge do homem que o emprega em negócios com que não está familiarizado;
V. O ouro escapa do homem que o força a ganhos impossíveis ou que confia sua inexperiência e desejos românticos na hora de investi-lo.

Gostei da bronca que ele dá aos que emprestam, ou pegam dinheiro emprestado sem responsabilidade ou preocupação com suas consequências:

“Se deseja ajudar um amigo, faça-o, mas de modo que os fardos dele não sejam colocados sobre os seus ombros. Os seres humanos, sob a ação de fortes emoções, constituem um grande risco para o emprestador de dinheiro. A juventude é ambiciosa e gostaria de encontrar atalhos para a riqueza e as boas coisas que esta propicia. Para conseguir ficar rapidamente rico, o jovem é capaz de fazer empréstimos insensatos”

Material bancário de primeira!
Três capítulos do livro são dedicados à atividade de oferta de crédito, demonstrando como um homem de negócios construiu seu império através dos empréstimos aos cidadãos babilônicos. De forma simples, o autor explica o que é alavancagem e como os grandes bancos se preparam para evitar os calotes.

Tudo isso é representado pelo emprestador de dinheiro que, como garantia, toma alguns bens do tomador e os guarda até que a dívida seja paga (com juros). Viu só? Uma propaganda bancária de fácil compreensão e Clason ganhou muito por isso quando a criou. Os bancos também. Talvez assim fique clara, aos mais incautos, a razão dos crescentes lucros dos bancos.

Avaliação final
A mensagem é clara e de fácil assimilação: ganhe, poupe, prepare, invista e valorize seu dinheiro. Leitura rápida, indolor e, certamente, de grande valia. As notas são:

  • Linguagem e narrativa: 9
  • Exemplos práticos: 7
  • Temas abordados: 8
  • Preço: 6,5
  • Média: 7,7

O livro é muito bom, dado seu universo temporal e a atual falta de preparo da população. É o começo ideal para aqueles que nunca tiveram nenhum contato com o mundo financeiro ou que querem aprender como respeitar seu dinheiro e encará-lo como uma garantia de um futuro mais tranqüilo. Recomendo.

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