Em sua primeira viagem a Cuba neste terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou de “ilegal” o embargo imposto pelos Estados Unidos à ilha e a inclusão do país na lista de patrocinadores do terrorismo, medida adotada pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump e mantida pelo atual, Joe Biden.
A fala foi feita na abertura da Cúpula do G77 (grupo de países de baixo e médio desenvolvimento) mais China.
“É de especial significado que, neste momento de grandes transformações geopolíticas, esta Cúpula seja realizada aqui em Havana. Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal”, disse o presidente. “O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo.”
A declaração foi feita horas antes de Lula embarcar para Nova York, onde participa da Assembleia Geral das Nações Unidas e tem uma bilateral com Biden.
Durante a Assembleia, o Brasil deve retomar a sua posição histórica de condenar o embargo a Cuba, uma das moções que costumam ser votadas todos os anos na ONU. Em 2019, no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, o Brasil votou com Estados Unidos e Israel contra a moção.
Lula também usou seu discurso para voltar a cobrar o investimento prometido pelos países ricos na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, previstos no Acordo de Paris, mas não cumprido.
O presidente afirmou que os países em desenvolvimento não têm a mesma “dívida histórica” que os ricos pelo aquecimento global.
“O princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas permanece válido. É por isso que o financiamento climático tem de ser assegurado a todos os países em desenvolvimento, segundo suas necessidades e prioridades”, defendeu.