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Macron defende nova lei de imigração da França, apesar de tensões políticas

Mas o apoio do partido de oposição de Le Pen à lei surpreendeu Macron, o que o levou a acusar Le Pen nesta quarta-feira de oportunismo político

por Reuters
3 min leitura
(Imagem: Reprodução/Christophe Ena/Pool via REUTERS)

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu nesta quarta-feira uma lei para endurecer as regras de imigração, apesar de uma votação embaraçosa no Parlamento que colocou sua aliança governista no mesmo lado do partido nacionalista Rassemblement de Marine Le Pen.

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A legislação, aprovada pelas duas Casas no fim da terça-feira, foi em um primeiro momento uma boa notícia para o presidente, que tornou a lei de imigração um elemento chave do seu segundo mandato e, do contrário, poderia ter sido obrigado a engavetá-la.

Mas o apoio do partido de oposição de Le Pen à lei surpreendeu Macron, o que o levou a acusar Le Pen nesta quarta-feira de oportunismo político e acrescentar em uma entrevista à televisão: “Foi uma jogada fajuta”.

Apenas seis meses antes de eleições para o Parlamento Europeu, durante as quais a imigração será chave, a aprovação da reformulada lei pode fortalecer Marine Le Pen que a classificou como uma “grande vitória ideológica” para o seu partido de extrema-direita.

Uma pesquisa da Elabe para a emissora BFM TV mostrou que 70% dos franceses apoiam a nova lei, incluindo 87% dos apoiadores de Macron.

Mas em um sinal de que Le Pen venceu a guerra das narrativas na opinião pública, a mesma pesquisa mostrou que 73% acham que as ideias do partido dela serviram de inspiração para o projeto de lei.

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O projeto, um compromisso entre o partido de centro do presidente e a oposição conservadora, ilustra uma guinada à direita na política em grande parte da Europa, à medida que os governos tentam conter a ascensão da extrema-direita sendo mais rígidos com a imigração.

A legislação também demonstrou as dificuldades de Macron em governar sem uma maioria parlamentar, que ele perdeu nas eleições de junho de 2022, após conquistar um segundo mandato presidencial.

As regras mais rígidas incluindo cotas de imigração, dificultando que os filhos dos imigrantes se tornem cidadãos franceses e atrasando o acesso dos imigrantes aos benefícios da previdência social foram acrescentadas ao projeto de lei para obter o apoio dos parlamentares de direita na aprovação.

O projeto de lei ainda facilita a expulsão de imigrantes ilegais, ao mesmo tempo em que enfraquece os planos de afrouxar as restrições sobre as autorizações de residência para trabalhadores em setores carentes de mão de obra.

Essas condições causaram desconforto entre os parlamentares à esquerda de Macron, e dezenas deles se abstiveram ou rejeitaram o texto nas votações na terça-feira, com relatos de possíveis renúncias de ministros.

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