As ações da Mahle Metal Leve (LEVE3) desabaram quase 16% nesta segunda-feira, após a fabricante de autopeças divulgar no fim de semana que contratou Citi e Itaú BBA para uma potencial oferta de ações primária que pode envolver também venda secundária de papéis.
De acordo com analistas do Bradesco BBI, a Mahle Metal Leve surpreendeu o mercado com o anúncio, em vez de uma oferta de aquisição para deslistar a empresa, uma unidade da alemã Mahle.
Eles acrescentaram que, no segundo trimestre, a Mahle Metal Leve reportou dívida líquida de 155 milhões de reais, resultando em baixa alavancagem financeira de 0,2 vez a métrica dívida líquida/Ebitda.
Os analistas também apontaram que, no acumulado do ano, a empresa já distribuiu 451 milhões de reais em dividendos.
A “oferta de ações sugere que os acionistas controladores estão vendendo direta oferta secundária e indiretamente oferta primária a subsidiária 100% focada na produção de componentes para motor de combustão interna (ICE)”, escreveram Victor Mizusaki e Andre Ferreira em nota a clientes.
Na visão da equipe do Bradesco BBI, que tem recomendação “undeperform” para os papéis e preço-alvo de 21 reais, a Mahle Metal Leve não deve utilizar os recursos para diversificar sua tecnologia no país, uma vez que a unidade Mahle Behr no Brasil é de propriedade integral da Mahle GmbH e tem esse objetivo.
“Como resultado, em nossa opinião, esta oferta subsequente seria principalmente secundária, atingindo um volume de 1,1 bilhão de reais, permitindo à Mahle GmbH manter o controle atualmente tem uma participação de 70%”, afirmaram eles, esperando um “overhang” relevante nas ações.
Por volta de 15:50, os papéis registravam queda de 14,21%, a 40,15 reais, após terem sido negociados a 39,33 reais no pior momento, respondendo com folga pelo pior desempenho do índice Small Caps, que subia 0,53%.
A Mahle Metal Leve não deu detalhes sobre potencial cronograma, tamanho da oferta ou destino dos recursos.