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Maior dificuldade para as empresas em 2025 será… o governo

Companhias fizeram sua lição de casa, mas o cenário macroeconômico e a política fiscal impõem obstáculos significativos, avalia a Fitch

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Mercados, Ações, empresas

A Fitch Ratings divulgou nesta terça-feira (12) uma análise destacando que, apesar dos avanços realizados pelas empresas brasileiras na disciplina financeira e na recuperação de métricas de crédito, os problemas fiscais do governo federal e a alta de juros continuarão a limitar o potencial de uma melhora mais expressiva nos ratings de crédito corporativo em 2025. A análise, assinada pelos diretores Renato Donatti e Yee Man Chin, aponta que as empresas brasileiras fizeram sua lição de casa, mas o cenário macroeconômico e a política fiscal impõem obstáculos significativos à recuperação do setor privado.

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Em 2024, muitas empresas brasileiras adotaram uma postura conservadora, focando na redução de custos e na contenção de investimentos de capital (capex), o que contribuiu para uma melhora na geração de caixa e nas margens de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Esse movimento levou à expectativa de que a alavancagem líquida média dos emissores classificados pela Fitch caia de 3 vezes em 2023 para 2,4 vezes até o final de 2025.

“As empresas estão em um caminho de recuperação em 2025, impulsionadas pelo crescimento econômico e alocação prudente de capital”, ressalta a Fitch.

No entanto, as dificuldades fiscais enfrentadas pelo governo brasileiro são um fator de risco que pode comprometer esse avanço.

O relatório da Fitch sublinha que a ausência de um plano de corte de gastos pelo governo e a continuidade da alta de juros representam desafios à recuperação econômica mais ampla. Os analistas da agência destacam que o Banco Central pode encontrar dificuldades para reduzir a taxa Selic caso a inflação continue acima das metas, afetada pela elevada dívida familiar e alta inadimplência no mercado de crédito ao consumo.

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Juros

A alta dos juros é especialmente preocupante para o setor corporativo brasileiro, já que a maioria das dívidas das empresas no país é baseada em taxas de juros variáveis.

Segundo a Fitch, um aumento mais rápido da Selic poderia “pressionar rapidamente as métricas de crédito das empresas”, o que inclui a cobertura de juros sobre o Ebtida, estimada em 3,2 vezes para 2025. Em um cenário adverso, essa relação poderia cair para 2,5 vezes, o que elevaria o risco financeiro das empresas e limitaria sua capacidade de investimento.

Sensibilidade da cobertura de juros do Ebitda

Baseado em uma taxa efetiva da Selic + 200 pontos-base

Tabelas 88818
(Fonte: Fitch Ratings)

Em contrapartida, a Fitch destaca alguns pontos positivos no ambiente econômico de 2024, como o crescimento acima do esperado do PIB e a recuperação do mercado de trabalho, o que impulsionou o consumo.

Endividamento das famílias

Entretanto, essa tendência é balanceada pela alta endividamento das famílias e pela restrição de crédito por parte do setor de varejo. “Apesar do crescimento econômico, a situação fiscal e as incertezas sobre o rumo da política econômica ainda são questões-chave que limitam o potencial de melhora”, apontam Donatti e Chin.

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No contexto de liquidez, o mercado doméstico foi mais dinâmico em 2024, com recordes em emissões e refinanciamentos de dívidas corporativas, o que ajudou a alongar os prazos de vencimento e reduzir as pressões sobre 2025.

Para os analistas, embora a Fitch tenha registrado uma atividade mais modesta no mercado internacional, algumas empresas conseguiram acessar os mercados de dívida externos, sinalizando uma melhora gradual nas condições de crédito fora do Brasil.

Dificuldades fiscais

As dificuldades fiscais do governo federal também afetam a estabilidade da curva de juros a longo prazo, alimentando uma percepção de risco fiscal.

De acordo com a Fitch, “a economia forte em 2024 foi acompanhada por uma performance fiscal aquém das expectativas”, sugerindo que, em um cenário de desaceleração econômica, a situação fiscal do Brasil pode deteriorar-se ainda mais. Além disso, a ausência de um plano sólido de consolidação fiscal representa uma vulnerabilidade que limita o rating soberano brasileiro em ‘BB’ com perspectiva estável.

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