Uma pesquisa com cerca de 350 empresas do transporte rodoviário do Brasil apontou que o ano de 2023 terminou mais favorável para mais da metade dos transportadores, em meio a uma queda no preço do diesel, de acordo com dados divulgados pela associação NTC&Logística.
“O ano de 2023 foi razoável para o setor. Os preços (custos) permaneceram estáveis ou com alguma queda, como é o caso do diesel que caiu 7,3%”, disse o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi.
O desempenho das empresas em 2023 foi melhor do que em 2022 para 50,6% das empresas, estável para 14%, mas pior para 35,4%, segundo a pesquisa da NTC.
O levantamento indicou ainda que metade dos entrevistados reajustou o valor do frete, versus 28% dos que responderam na pesquisa anterior que elevaram valor do serviço.
Uma fatia de 18% das empresa manteve o valor do frete, enquanto 32% foram obrigados a dar descontos, um percentual abaixo dos 46% vistos na pesquisa anterior.
Dessa forma, a NTC considera que a defasagem média do valor do frete rodoviário é de 8,5%, considerando os repasses de custos realizados insuficientes para cobrir os gastos.
“Também preocupa os 76% de empresas que dizem ter fretes a receber em atraso, valor que chega a comprometer mais de 10% do seu faturamento”, ressaltou o presidente da associação.
Para o assessor técnico da NTC, Lauro Valdivia, se não houver eventuais choques de preços do petróleo em 2024 que possam resultar em repasses de custos para os combustíveis no Brasil, o ano de 2024 deve seguir “mais tranquilo”, a exemplo da melhora vista em 2023.
Não foi ruim para o mercado, metade das empresas disseram que o mercado melhorou em 2023. Teve certa estabilidade (o combustível), daí a recomposição do frete.
Como os custos não subiram tanto, deu para acalmar e acertar as contas e negociar melhor com o cliente com mais tranquilidade, afirmou Valdivia, lembrando que antes, quando havia mais volatilidade, isso não acontecia.
Ele acredita que, considerando que o custo do caminhão quase dobrou em 36 meses, chegou-se a um “limite” para maiores aumentos nos próximos meses, o que traz alguma tranquilidade ao setor.
Disse ainda que a “inflação estando controlada não tem tanta pressão salarial”.
O custo com a mão de obra subiu 8,4% em 2023, enquanto a despesa com o caminhão avançou 20,6% no ano passado.