O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o adversário do PSOL, Guilherme Boulos, foram escolhidos pelos eleitores da capital paulista para o segundo turno das eleições, que acontecem no próximo dia 27. Pablo Marçal (PRTB) ficou na terceira posição, após ter movimentado a disputa na noite de sexta-feira (4) com a publicação de um laudo médico falso que insinuava o uso de drogas pelo candidato do PSOL.
Com 100% das urnas apuradas, Nunes estava com 29,48%. Boulos com 29,07%, Marçal com 28,14%, Tabata Amaral com 9,91%, Datena com 1,84% e Marina Helena com 1,38%. Os votos nulos ficaram em aproximadamente 6,24% e os brancos em 3,57%, A abstenção foi de 27,36%.
‘Obrigado a cada um de vocês que acreditaram e fizeram parte dessa caminhada. Agora, a vitória está mais perto do que nunca!”, comemorou o atual prefeito.
“Muito obrigado a todas e a todos que votaram 50 hoje. Agora, precisamos que você converse com cada colega, amigo, parente. Mais de 70% da população votou por mudança em São Paulo. E o nosso projeto é a mudança para São Paulo!”, disse Boulos em suas redes sociais.
Nunes venceria Boulos
Os resultados deste domingo diferem da última pesquisa divulgada pela AtlasIntel no sábado, que mostrava Boulos com 32,3% dos votos válidos, seguido por Marçal com 30%. Nunes estava com 20%. A mesma pesquisa mostra que, na disputa entre Nunes e Boulos, no 2º turno, o mdebista fica com 46% e o psolista com 37%.
Para o cientista político Antonio Lavareda, a rápida reação da Justiça Eleitoral, com a determinação de retirada da postagem que divulgava o laudo falso e, posteriormente, a suspensão da conta de Marçal no Instagram, ajudou a mitigar os impactos negativos na candidatura de Boulos e pode ter gerado um efeito Backfire na campanha do ex-coach – quando uma estratégia acaba tendo o resultado oposto ao esperado, prejudicando quem a utilizou.
Cassação de Marçal
Mesmo que passasse para o segundo turno, Marçal poderia ser cassado.
O desembargador Silmar Fernandes, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), afirmou neste domingo (6), ele poderia ter a candidatura cassada antes do segundo turno se ficar comprovado que ele falsificou o laudo médico.
“Havendo irregularidade, qualquer candidato pode ser cassado entre o primeiro e o segundo turno, depois do segundo turno e depois do diploma. Vai depender do tipo de ação, das provas produzidas. Pode ocorrer a qualquer momento. Quem desrespeita a legislação, tem punição. Ela pode demorar, mas ela chega”, afirmou em pronunciamento a jornalistas após na tarde deste domingo ao ser questionado sobre o caso.
O presidente do TRE-SP não quis comentar detalhes do episódio, nem antecipar uma posição, já que deve participar do julgamento em breve.
“Eu não posso avaliar porque não sei o que vai acontecer. Eu não sei nem se o laudo é falso ou se não é. Isso já está judicializado. Existe inquérito policial instaurado, existem medidas judiciais tomadas pelo juiz de garantias. Nós vamos apurar. Como qualquer cidadão nesse País, se cometeu um crime, vai responder por isso.”