A Marfrig (MRFG3) apresentou resultados sólidos no segundo trimestre de 2024, superando as expectativas do mercado e destacando-se especialmente pelo desempenho da operação de US Beef, por meio da National Beef.
A análise da XP Investimentos, conduzida pelos analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, ressaltou a resiliência da empresa em um ambiente desafiador e destacou a expectativa de uma reação positiva das ações.
O EBITDA ajustado da Marfrig, excluindo os resultados da BRF (BRFS3), foi de R$ 810 milhões, 12% acima das projeções da XP e 19% superior ao trimestre anterior.
Esse desempenho foi impulsionado, em grande parte, pelos fortes resultados da National Beef, que ampliou sua vantagem em relação aos concorrentes no mercado de carne bovina nos Estados Unidos. “A operação de US Beef apresentou uma margem EBITDA ajustada de 2,9% (+10bps vs. XPe e +80bps T/T) com sólidos números de receita,” destacaram os analistas.
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Os resultados da National Beef foram sequencialmente melhores devido à sazonalidade, com um aumento de 10% no volume de negócios em comparação ao trimestre anterior.
“O volume de negócios foi sólido, aumentando 10% no trimestre a trimestre, impulsionado por maiores volumes (+4%) e preços (+6%),” observaram Alencar, Fonseca e Isaak, enfatizando que o spread entre os tipos de carne e os preços mais atrativos do gado na região de origem da empresa foram fatores decisivos para esse desempenho.
Apesar do início de trimestre mais lento do que o esperado em termos de demanda, a Marfrig conseguiu aproveitar a sazonalidade favorável para melhorar suas margens. “Além da demanda sazonalmente melhor, o spread entre os tipos de carne aumentou, enquanto o gado na região de origem da empresa teve um preço mais atrativo do que o de seus pares,” explicaram os analistas.
A margem EBITDA ajustada da operação de US Beef foi de 2,9%, ligeiramente acima das expectativas da XP e 80 pontos-base superior ao trimestre anterior. Esse desempenho foi visto como uma confirmação da força da National Beef, apesar das preocupações do setor com as mudanças no consumo de proteínas devido aos altos preços da carne bovina.
Regiões
Na América do Sul, as operações contínuas da Marfrig também apresentaram um desempenho sólido, embora a margem EBITDA ajustada tenha ficado ligeiramente abaixo das expectativas da XP, em 9,1%. “A receita aumentou 21% na passagem trimestral devido a maiores volumes (+15%) e preços (+6%),” destacaram os analistas, apontando que a margem EBITDA ajustada caiu 50 pontos-base tanto em relação ao trimestre anterior quanto em relação à estimativa da XP.
Apesar dessa leve queda nas margens na América do Sul, a XP permanece otimista quanto à performance da Marfrig. A empresa conseguiu alavancar a maior capacidade de produção e a taxa de câmbio favorável para gerar uma dinâmica positiva de receita na região. Os analistas pretendem abordar essa questão com mais detalhes na conferência de resultados, na tentativa de entender melhor os fatores que influenciaram a margem EBITDA ajustada na América do Sul.
A XP também destacou que as tendências de margem nos EUA ainda são incertas. “Discutimos com a gerência as tendências atuais de margem nos EUA. Apesar de um início de trimestre mais lento do que o esperado, é muito cedo para supor que as margens serão sequencialmente mais fracas no 3° trimestre,” afirmaram.
Além dos resultados operacionais, a XP Investimentos também mencionou a desalavancagem da Marfrig, proveniente do fechamento do acordo com a BRF, como um fator positivo que deve impactar as ações no curto prazo.