Educação financeira é coisa séria. Nem sempre notamos, mas nossas atitudes no dia-a-dia revelam aspectos importantíssimos de nosso raciocínio financeiro e de nossa situação diante dos números. Felizmente, uma pesquisa recente revelou que os brasileiros estão mais interessados em dinheiro e suas nuances. A falta de informação é comumente usada como desculpa para deixar de investir. Será que você é assim?
Sem ignorar a necessidada de curtir o momento, é preciso que você se preocupe com alguns aspectos básicos de suas finanças como orçamento, planejamento e poder de poupança. Nossos dois personagens, Max e Min, já conhecidos aqui no Dinheirama, se encontram na rua e conversam sobre isso.
— E aí, Minoru, como você está?
— Ótimo. Estou indo comprar um ingresso pro jogo de futebol. Vamos?
— Pô cara, não vai dar. Meu orçamento já está comprometido…
— Ahá! Eu sabia que iria viver para ver isso! O grande Maxwell Bull com a conta no vermelho!
— Perai. Não estou com a conta no vermelho, não falei isso. A questão é que fiz minha programação até o fim do mês e vi que a grana que tenho hoje não vai me permitir muitas extravagâncias. Fiz alguns investimentos além do meu normal para aproveitar algumas boas oportunidades e hoje quase todo o meu dinheiro já está comprometido. Hoje, excepcionalmente, o futebol será tratado como uma extravagância
— Pô, Max, qualé? Você vai ficar economizando hoje pra pagar um conta lá no fim do mês? Eu hein, tô fora!
— Vou sim, Min. Já montei o meu fluxo de caixa e sei que se eu gastar com o ingresso do futebol vou me dar mal.
— Você e esses seus investimentos. De que adianta investir se não dá pra curtir?
— Estou usando a Bolsa como uma poupança de longo prazo. Abro mão de curtir hoje pra poder curtir muito mais no futuro.
— Ah, quer saber Max, deixa pra lá. Ainda mais essa de investir na Bolsa. Isso é coisa de maluco ou de especialista. É muito arriscado…
— Existe risco? Sim, mas não é um bicho de sete cabeças Min. O Gustavo Cerbasi, certa vez, até publicou um artigo no Dinheirama falando o quanto o risco pode ser bom.
— Lá vem você com esse Dinheirama de novo…
— Claro! Aprendo muito por ali. Não podemos ignorar o risco da renda variável, mas também não precisamos temê-lo.
— Pô, mas ainda assim é muito difícil entrar na bolsa. Tem que ter a manha, não tem?
— Claro que é preciso estudar, é preciso conhecer, mas não é necessário ser nenhum especialista. No próprio fórum da Sociedade Dinheirama um usuário perguntava onde poderia encontrar informações e o pessoal deu um monte de dicas. Tem muito material na Internet e existem muitos livros para os iniciantes. Deixa de preguiça Min.
— Ah, eu não tenho tempo pra ficar estudando esse negócio de Bolsa de valores, investimentos, finanças. Prefiro ver meu futebol.
— Ora Min, é preciso se informar. Se ficar gastando seu dinheiro agora pra ir ver esse seu timinho, ao invés de poupar, você vai ficar chupando dedo na copa de 2014!!! Já pensou nisso?
— Ah, não enche, Max!
Você se identificou com algum dos personagens? Diariamente, milhares de brasileiros tomam decisões baseadas apenas no agora e deixam de pensar no que será de suas vidas ali na frente, amanhã. Embora nossos amigos Max e Min não existam fisicamente, seus diálogos são verdadeiros, sinceros e representam a necessidade de conscientização e mudança de atitude em nossa sociedade. Vamos todos colaborar?
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Arthur Gouveia é Consultor de Empresas especializado em Gestão e Estatística. Conheceu o Dinheirama e, desde então, aplica as dicas dos editores e comentaristas em seu cotidiano, buscando aumentar seu patrimônio líquido. Atualmente edita a seção de Notícias e é editor responsável pelas dicas e opiniões de nossos leitores.
Crédito da foto para Marcio Eugenio.