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Mel de pequenos produtores ganha selo de qualidade

Além dos certificados, os três primeiros lugares de cada categoria Claro e Escuro receberam também o Selo de Participação Ouro, Prata e Bronze

por Agência Sebrae
3 min leitura
Pote de Mel

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 350 mil produtores de mel. Um deles é o biólogo Valdinei Conceição, integrante da Associação dos Apicultores da Agricultura Familiar de Corumbá, que ficou em primeiro lugar no Prêmio CNA Brasil Artesanal 2024 edição mel, na categoria Mel Escuro, com o produto Mel Pantaneiro.

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O trabalho cooperativo reúne em rótulo único o doce líquido dourado de 15 associados do Mato Grosso do Sul.

“É uma ferramenta para poder inserir o produto da agricultura familiar dentro do mercado”, diz Valdinei, que esteve em Brasília nessa quarta-feira (11), junto com os outros nove pequenos produtores selecionados, entre os 297 inscritos, para receber o reconhecimento da Confederação Nacional dos Agricultores (CNA).

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Além dos certificados, os três primeiros lugares de cada categoria Claro e Escuro receberam também o Selo de Participação Ouro, Prata e Bronze.

No âmbito da parceria com a CNA/Senar e o Juntos pelo Agro, o Sebrae apoia os produtores de diversas cadeias, dentre elas o mel.

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Quando a gente fala da apicultura, a gente está falando dos nossos biomas, da qualidade, das IGs [Indicações Geográficas] que nós possuímos.

Então acaba simbolizando a tradição, a cultura e o esforço de cada produtor, Fábio Krieger, gerente de Competitividade Setorial do Sebrae RS.

De acordo com Cláudia Alves, coordenadora de Agronegócios do Sebrae Nacional, uma premiação desse é o reconhecimento da qualidade do produto.

“Ser premiado agrega valor, abre mercado para esse produto e desperta o interesse do consumidor”, afirma.

A analista da instituição Andrea Ramirez complementa que o apoio do Sebrae na divulgação de oportunidades como essa é importante para que esses produtos sejam “expostos, degustados e verificados, para que todos saibam que também têm muita qualidade”.

Apoio no processo

“Estar aqui recebendo esse prêmio é um reconhecimento do nosso trabalho, da nossa valorização, de estar inserido dentro desse segmento, com todas as dificuldades que a gente teve”, diz Valdinei ressaltando a importância de parceiros na trajetória da Associação.

Entre eles, o Sebrae, que auxiliou na formalização do processo de Responsabilidade Técnica (RT), do caderno de boas práticas e na execução do rótulo.

Localizada no assentamento Taquaral, em Corumbá/MS, a Associação foi criada em 2011 para fortalecer a agricultura familiar e diversificar os modos de produção das pequenas propriedades.

Uma das preocupações do grupo, segundo Valdinei, era com a evasão do jovem do campo e eles viram na apicultura uma atividade capaz de gerar recursos para mantê-los no assentamento.

Atualmente, o mel que a associação envaza é produzido por abelhas africanas, da espécie Apis Melífera, mas a vontade de Valdinei é trabalhar com espécies nativas, como a Jataí e a Mandaguari. 

Ele afirma que no estado existem 55 classes de abelhas e estima que há, ainda, outras não catalogadas.

Nesse contexto, o pesquisador alerta para a catástrofe ambiental que atravessa o Planeta, em especial o Pantanal, bioma predominante no Mato Grosso do Sul.

Imagina o quê esse fogo está destruindo. Pode ter espécie lá capaz de produzir um tipo de mel, um tipo de própolis, que pode ser excelente para tratar várias doenças, que a gente não conhece. Falta política pública voltada para esse segmento, para a gente colocar essa atividade em destaque, Valdinei Conceição, apicultor.

Sem legislação específica, os apicultores ficam rendidos e não conseguem diversificar. “Tem a Manduri do Mato Grosso, que é fantástica, mas não tem comércio. A gente não consegue vender o mel, porque não existe uma legislação específica para regulamentar a sua comercialização”, justifica.

Consultorias para manter o legado

Situada a quase 1,8 mil quilômetros de Corumbá, a primeira agroindústria familiar de Jaquirana/RS venceu o primeiro lugar do Prêmio na categoria Mel Claro.

À frente da Apicultura do Máximo, a produtora Adriana de Bortoli da Silva celebrou a conquista. “Saber que o nosso mel foi reconhecido e saboreado por vários júris, que conseguiram descobrir o sabor do mel que é lá da nossa região, é muita emoção.”

Andreia conta que o apiário é um sonho que ela realizou junto com o marido, em 2008, mas que desde 2019, após a morte de Luiz Alberto Pinto Júnior, tem sido tocado com a filha.

Ela é atendida em um projeto dentro do Programa Juntos para Competir, além de contar com consultorias técnicas e de gestão pelo Sebrae RS e Senar.

Meu marido sempre me incentivou também a aprender, a saber fazer. Nós moramos em um lugar que tem bastante mata nativa e a gente sempre gostou de abelha, por ser um inseto que preserva a natureza, que faz com que a natureza sobreviva também.

A gente precisa muito das abelhas, então unimos o útil ao agradável, Adriana de Bortoli da Silva, apicultora.

A Apicultura do Máximo foi reconhecida pelo que chamam de “Mel Branco”, obtido através da árvore carne-de-vaca, nativa da Mata Atlântica.

“Ele é um mel mais suave. É um produto bem diferente, de uma flor rara de onde é muito difícil colher esse mel, porque ela é muito sensível à temperatura. Então, depende muito do clima, que alterou bastante a nossa produção. As mudanças climáticas também destroem a flor e, aí, a abelha não consegue trabalhar”, detalha.

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Vencedores

MEL CLARO
1º Lugar – Apicultura do Máximo (RS)
2º Lugar – Apiário Sul de Minas (MG)
3º Lugar – Apiário Três Coqueiros (SC)
4º Lugar – Apiário Cambará (RS)
5º Lugar – Apiário ApisBc (BA)

MEL ESCURO
1º Lugar – Mel Pantaneiro (MS)
2º Lugar – Tineli Apicultura (SC)
3º Lugar – Apiário Rainha da Serra (SC)
4º Lugar – Apiário Venturin (PR)
5º Lugar – Apiário São José (CE)

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