O Santander (SANB11) divulgou nesta sexta-feira, 17, uma análise sobre os resultados previstos para o quarto trimestre de 2024 das ações das gigantes do setor de proteínas, JBS (JBSS3), BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3).
Os analistas Guilherme Palhares e Laura Hirata destacaram as expectativas positivas para a JBS e BRF, enquanto os cenários para a Minerva e Marfrig são mais desafiadores, principalmente devido à pressão nos preços do gado no Brasil e aos desafios operacionais.
A análise revelou que a JBS deve superar as expectativas do mercado, com uma projeção de Ebitda de R$ 10,3 bilhões, 10% acima do consenso.
Para a BRF, a expectativa é de um Ebitda de R$ 3,4 bilhões, praticamente em linha com o consenso.
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Já a Minerva e a Marfrig enfrentam dificuldades no quarto trimestre, com uma previsão de compressão de margens devido a fatores como o aumento dos preços do gado e a desaceleração do ciclo de gado nos EUA.
JBS: Expectativas positivas para o 4T24
O Santander prevê que a JBS entregará um bom desempenho no quarto trimestre de 2024. O analista Guilherme Palhares acredita que o consenso de mercado não está capturando completamente o benefício da depreciação do real.
A previsão de Ebitda é de R$ 10,3 bilhões, o que está 10% acima das estimativas do VisibleAlpha. Esse desempenho positivo é impulsionado, principalmente, pela expectativa de resultados sólidos na Seara, que deve superar as projeções do mercado.
A expectativa para a Seara, uma das principais unidades de negócios da JBS, é otimista devido a vários fatores.
“Acreditamos que os fortes preços de exportação, a sazonalidade positiva em torno do período de férias, a melhoria dos preços dos alimentos processados e a diluição de custos devido ao aumento de suas novas instalações devem sustentar margens relativamente estáveis no trimestre para esta unidade de negócios”, afirmam os analistas.
Apesar da projeção positiva para a Seara, os analistas do Santander adotaram uma visão mais conservadora em relação à Pilgrim’s Pride, subsidiária da JBS.
O desempenho da unidade deve ser impactado por questões específicas do mercado americano.
No entanto, a previsão de crescimento nas margens da Seara é suficiente para compensar esse cenário, resultando em uma perspectiva positiva para a companhia como um todo.
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BRF
Para a BRF, a previsão de Ebitda é de R$ 3,4 bilhões, em linha com o consenso do mercado. Os analistas destacam que o forte ciclo de aves continua, mesmo diante de uma produção menor de milho na Argentina.
“Acreditamos que o forte ciclo de aves não acabou, dado (i) fornecimento limitado, (ii) altos preços da carne bovina provavelmente levando os consumidores a migrar para outras proteínas, (iii) alta demanda por aves internacionalmente e (iv) eficiências operacionais sendo capturadas”, afirmam os analistas.
Apesar da previsão otimista para o ciclo de aves, há riscos para a BRF relacionados aos preços do milho, especialmente devido a uma possível produção menor do que o esperado na Argentina.
No entanto, os analistas consideram que esses riscos já estão precificados nas ações da empresa.
A forte demanda por aves no mercado internacional e as eficiências operacionais que a BRF está implementando devem continuar a sustentar seu desempenho.
Minerva e Marfrig
Por outro lado, a Minerva e a Marfrig enfrentam um cenário mais desafiador no quarto trimestre de 2024. A análise do Santander aponta que o “overshoot dos preços do gado no Brasil e o repasse de preços atrasado devem levar a uma compressão sequencial da margem”.
A desaceleração do ciclo do gado nos Estados Unidos também impacta negativamente a rentabilidade dessas empresas, o que resultará em margens mais baixas.
A Minerva e a Marfrig devem enfrentar dificuldades operacionais no quarto trimestre devido à pressão nos preços do gado. A análise do Santander indica que a compressão das margens será inevitável, mas a National Beef, unidade da Marfrig, pode se destacar no mercado.
A recuperação nos prêmios de carne bovina de alta classificação deve ajudar a National Beef a superar seus pares do setor, com uma margem Ebitda projetada de cerca de 2%.
No comparativo entre as duas empresas, os analistas do Santander continuam a preferir a Marfrig em relação à Minerva.
Isso se deve à maior exposição da Marfrig a alimentos processados, ao modelo integrado nos Estados Unidos e aos menores riscos de execução em relação às aquisições recentes feitas pela Minerva.
As perspectivas mais favoráveis para a Marfrig tornam-na uma escolha preferencial entre as duas.