O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (15), durante uma entrevista coletiva, que o sistema financeiro influencia diretamente a imprensa brasileira.
“Eu não sou presidente de um ano e já vivi isso muitas vezes: estamos cada vez mais reféns de um sistema financeiro que praticamente domina a imprensa brasileira”, lamentou.
Lula defendeu categoricamente o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, como o co-piloto de seu projeto de governo de inverter prioridades e de incluir os pobres no orçamento.
Segundo o presidente, a questão do déficit fiscal sempre tem muito mais destaque no noticiário do que os juros de 10,25% ao ano mantido pelo Banco Central, antes uma inflação inferior a 4%.
“Enquanto isso, fazem festa para o presidente do Banco Central em São Paulo. Normalmente, os que foram na festa devem estar ganhando dinheiro com a taxa de juros. Então, a questão econômica é coisa séria”, disse durante uma visita oficial à Itália.
Lula fez referência ao jantar promovido pelo governador Tarcísio de Freitas, em homenagem a Campos Neto, e aos presentes ao evento no Palácio dos Bandeirantes.
Desoneração e Haddad
O presidente vê uma “campanha” em andamento nos meios de comunicação e em alguns setores na tentativa de fragilizar Haddad em meio a dificuldades no Congresso de emplacar ações que melhorem a arrecadação, como o fim das desonerações que diminuem as contribuições previdenciárias de 17 setores empresariais.
“O Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for presidente da República. Ele é o meu ministro da Fazenda, escolhido e mantido por mim. Então, é o seguinte: se o Haddad tiver uma proposta, o que vai acontecer? Ele vai me procurar esta semana pra discutir economia comigo”, resumiu.
“E eu quero antecipar: a gente não vai fazer ajuste (fiscal) em cima dos pobres.”
Lula disse que os que “ficam criticando os gastos do governo” são os mesmos que foram para o Senado pressionar pela manutenção da desoneração dos 17 setores. E responsabilizou parlamentares e os grupos empresariais a apresentarem uma alternativa.
Isso porque o governo propunha uma reoneração gradual em até três anos, e o Supremo Tribunal Federal espera por um acordo em 45 dias para não acabar com essas vantagens fiscais de uma vez só.
(Com informações da Agência Gov)