O mercado já puniu demais as ações da Usiminas (USIM5) após a divulgação do balanço do segundo trimestre de 2024, postado na sexta-feira (26), avalia o Itaú BBA em um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (31).
A siderúrgica apresentou um prejuízo de R$ 100 milhões, em um desempenho melhor que o esperado pelo mercado, mas operacionalmente mais fraco que o previsto, em um período em que o setor siderúrgico nacional foi impactado por fortes importações e pressão sobre preços de aço.
A companhia apurou um resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 247 milhões.
Analistas, em média, esperavam prejuízo líquido de R$ 113,75 milhões e Ebitda de R$ 444,7 milhões.
A siderúrgica teve receita líquida de R$ 6,35 bilhões de abril ao final de junho, ante previsão média do mercado de R$ 6,36 bilhões, segundo dados da Lseg.
Usiminas: o que esperar?
As ações da Usiminas caíram 23% em reação desde então.
“Acreditamos que o fraco desempenho pode ser atribuído a uma perspectiva menos otimista para os custos no segundo semestre, que não atendeu às expectativas dos investidores”, pontua o analista Daniel Sasson.
Ele conduziu uma análise detalhada da repartição de custos da Usiminas para determinar se há espaço para melhorias.
“Com base em nossos cálculos preliminares, que consideram um Real mais depreciado e não incluem benefícios adicionais de ganhos de eficiência após a retomada do Alto Forno 3, antecipamos potenciais melhorias de custos nos próximos trimestres”, diz Sasson.
Ele manteve a recomendação de desempenho acima da média do mercado para as ações (outperform), com preço-alvo cortado de R$ 12 para R$ 8,50, com objetivo para 2025. O potencial de valorização é de 34%.
“Embora o upside que temos para nosso preço-alvo pareça atraente, reconhecemos que os investidores provavelmente esperarão até que os sinais de melhoria de custos se materializem”, reconhece o analista.