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Mercado Livre: Queda de 10% das ações é oportunidade?

Goldman Sachs manteve a recomendação de compra, com preço-alvo para 12 meses em US$ 2.620. O valor representa um potencial de valorização de aproximadamente 36%

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Mercado Livre

O Mercado Livre (MELI; MELI34) apresentou seus resultados do terceiro trimestre de 2024 com um crescimento robusto em áreas-chave, como o aumento de 77% ano a ano na carteira de crédito e uma base sólida de usuários ativos.

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Contudo, a empresa teve seu Ebit ajustado (lucro antes de juros e impostos) aquém das expectativas, registrando US$ 600 milhões, abaixo da previsão de US$ 749 milhões do Goldman Sachs e do consenso de mercado em US$ 738 milhões, conforme análise assinada por Irma Sgarz e Felipe Rached.

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Os BDRs do Mercado Livre despencaram 10,43% na véspera, negociados a R$ 90. Enquanto isso, os papeis negociados em Nova York recuaram 9,22%, a US$ 1.922.

O desempenho inferior no Ebit foi principalmente atribuído ao crescimento acelerado da carteira de crédito, que gerou despesas de provisão mais elevadas, além de um aumento nas despesas gerais e administrativas.

“O crescimento do livro de crédito, impulsionado por empréstimos ao consumidor e cartões de crédito, resultou em um nível mais alto de provisões iniciais,” afirmam os analistas. A margem Ebit ajustada da empresa ficou em 11,3%, enquanto o Goldman Sachs projetava 13,9%​.

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A base de clientes e o volume de transações continuam a crescer de forma expressiva. O número de compradores únicos aumentou 21% em relação ao período homólogo, enquanto o volume bruto de mercadorias (GMV) cresceu 13% em moeda local, com destaque para o mercado brasileiro, que apresentou um crescimento de 34% no GMV.

No México, o GMV avançou 27% ano a ano, embora abaixo da expectativa do Goldman Sachs, que era de 36%. “Brasil e México continuaram apresentando tendências sólidas de crescimento de GMV,” destacam os analistas​.

No setor de logística, os custos vieram em linha com o esperado, mas a empresa adicionou cinco novos centros de distribuição no Brasil e um no México, aumentando a capacidade e refletindo seu compromisso em melhorar a infraestrutura logística. O Goldman Sachs aponta que os investimentos logísticos são uma estratégia importante para o Mercado Livre manter seu diferencial competitivo no mercado de e-commerce latino-americano, mesmo que isso gere algum nível de desalavancagem operacional temporária​.

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A receita líquida total do Mercado Livre cresceu 35% ano a ano, alcançando US$ 5,3 bilhões, enquanto a receita do segmento de fintech subiu 21%, chegando a US$ 2,17 bilhões.

Ainda no segmento de fintech, o total de pagamentos processados (TPV) teve um crescimento significativo de 73% em moeda constante, enquanto a quantidade de usuários ativos mensais atingiu 56,2 milhões, um aumento de 35% em relação ao ano anterior. “O Mercado Livre continua expandindo sua base de fintech de maneira sólida, com forte crescimento especialmente no Brasil,” observam os analistas do Goldman Sachs​.

Por outro lado, o aumento das despesas administrativas e de vendas impactou a margem operacional, limitando o potencial de diluição das despesas. A provisão para inadimplência teve um salto de 88%, refletindo o crescimento rápido na concessão de crédito, especialmente nos segmentos de empréstimos ao consumidor e cartões de crédito. “Apesar do crescimento expressivo, o custo de inadimplência continua pressionando as margens no curto prazo,” avaliam os analistas.

No cenário geral, os analistas mantêm uma perspectiva positiva de longo prazo, considerando especialmente os investimentos do Mercado Livre em e-commerce e fintech. Contudo, eles ressaltam que o crescimento rápido da carteira de crédito e os impactos nas margens podem manter a pressão nas ações no curto prazo, enquanto os investidores aguardam mais clareza sobre o próximo catalisador de crescimento da empresa.

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O que fazer com as ações?

Apesar dos desafios, o Mercado Livre segue investindo para manter sua liderança na América Latina, o que é visto como um fator positivo.

Como conclusão, o Goldman Sachs recomenda cautela para o curto prazo, sugerindo que os investidores possam preferir esperar mais visibilidade antes de aumentar sua exposição ao ativo, ainda que mantenham uma avaliação favorável para o longo prazo, conforme mencionado no relatório: “Esperamos que as pressões de curto prazo sejam mitigadas à medida que a carteira de crédito amadureça e os retornos sobre esses investimentos se concretizem.”

O banco manteve a recomendação de compra, com preço-alvo para 12 meses em US$ 2.620. O valor representa um potencial de valorização de aproximadamente 36%.

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